Readmissão hospitalar em 30 dias após o transplante renal : incidência, causas e prognóstico
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6634860 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/53171 |
Resumo: | Introdução: A taxa de Readmissão Hospitalar (RH) em 30 dias é uma métrica de qualidade hospitalar e um preditor de mortalidade em transplantados renais. No Brasil, todos os anos são realizados cerca de 5000 transplantes de rim. Além disso, existem disparidades regionais no acesso à população na lista de espera para o serviço de saúde, que não é igual a todos e muitas vezes ineficiente. Portanto, há resultados diferentes após o transplante quando comparados aos países desenvolvidos. Considerando as diferenças demográficas e de cuidados entre o Brasil e o mundo, o objetivo deste estudo é investigar a incidência da Readmissão Hospitalar (RH) dentro de 30 dias após a hospitalização inicial do transplante renal e se é um fator de risco para a mortalidade. Métodos: Foram analisados todos os pacientes transplantados renais maiores de 18 anos de 2011 e 2012 e determinada a taxa de RH, as causas, os fatores de risco e o desfecho em 12 meses. Foram excluidos os retransplantes e os pacientes que perderam o enxerto ou que faleceram na internação do transplante renal. Resultados: Foram incluídos 1175 e a taxa de readmissão foi de 26,6%. Os pacientes que reinternaram, quando comparados com aqueles que não internaram em 30 dias, eram mais velhos ( 49,2 anos versus 44, 5 anos, p < 0.001) , com mais tempo em diálise (3.3 anos versus 2.2 anos, p< 0.001), mais pacientes tinha sorologia negativa para CMV pré transplante (32% versus 52%, p 0.04) receberam indução com globulina antitimocito de coelho r - ATG (51.4% versus 29.8%, p < 0.001) , receberam rins de doadores mais velhos (50 anos versus 46 anos, p< 0.001), evoluíram com função tardia do enxerto (54.3% versus 35 %, p< 0.001), tiveram mais complicações na internação do transplante ( 25,5% versus 18,2%, p 0.006) e ficaram mais tempo internados na internação do transplante (12 dias versus 8 duas, p < 0.001). As principais razões para RH foram infecção (67%), distúrbios metabólicos (11%), complicações cirúrgicas (14%), rejeição aguda (5%) e eventos cardiovasculares (2%) e estenose de artéria renal (1%). Os fatores de risco para readmissão foram a idade do receptor (1.95, 95 % IC 1.46 - 2.63 p < 0.001), o tempo de internação do transplante (1.72, 95% IC 1.18 - 2.5, p 0,005) ter recebido indução com globulina anti timocito de coelho - r ATG (2.06, 95% IC 1.33 - 3.13, p < 0.001), sorologia negativa para CMV (2.2 , 95% IC 1.31 - 3.65, p 0.003) e ter tido rejeição aguda na internação do transplante (1.68, 95% IC 1.15 - 2.47, p:0.008). Nas curvas de sobrevida, os pacientes que reinternaram em 30 dias tiveram pior sobrevida do enxerto censorada para o óbito (86.3% versus 96.5%, p< 0.001) e maior mortalidade em 12 meses (88.8% versus 97.6 %, p< 0.001). Conclusão: A Readmissão Hospitalar Precoce foi de 26% e os pacientes que reinternaram em 30 dias tiveram pior prognóstico em 12 meses. Ao identificar os pacientes em risco pode - se planejar melhor a alta hospitalar e o acompanhamento ambulatorial após o transplante imediato. |