Avaliação de variáveis preditoras de reinternação hospitalar em 90 dias em pacientes submetidos ao transplante cardíaco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos, Iascara Wozniak de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-28022024-115926/
Resumo: Introdução: O transplante cardíaco é a opção terapêutica de escolha para pacientes com insuficiência cardíaca avançada (estágio D) e refratária ao tratamento clínico otimizado, de acordo com diretrizes nacionais e internacionais. Os receptores de transplante cardíaco (TC) correm o risco de reinternações nos primeiros 90 dias após a alta. No entanto, os dados sobre a prevalência, fatores de risco e desfechos clínicos associados a novas internações pós-TC neste chamado período vulnerável são limitados. Objetivo: Este estudo tem como objetivo descrever padrões, fatores de risco e desfechos clínicos em receptores de TC em um centro de referência em cardiologia no Brasil. Métodos: Incluímos pacientes com idade > 18 anos, que realizaram TC entre 2013 e 2019 e sobreviveram à internação inicial após o TC. Os dados foram extraídos manualmente de prontuários eletrônicos. Foram identificadas reinternações urgentes e óbitos ocorridos nos primeiros 90 dias após a alta hospitalar. Utilizou-se regressão univariável e multivariável para identificar as variáveis associadas às reinternações nos 90 dias após a alta hospitalar. Resultados: Foram incluídos 239 pacientes. Destes, 118 (49,4%) apresentaram nova internação urgente dentro de 90 dias após a alta hospitalar e 5 (2,01%) faleceram. A maioria dos pacientes reinternados teve uma nova internação hospitalar (86,0%). O tempo médio entre a alta hospitalar índice e a nova internação hospitalar foi de 37 ± 22,6 dias. A principal causa de reinternação urgente foi infecção (55,0%), seguida de rejeição (26,0%). Na análise multivariada, a proteína C-reativa na alta >= 10 e a ocorrência de sangramento intracraniano na internação índice foram associadas a um risco aumentado de readmissão. Maior duração da hospitalização por índice e uso de doses menores de azatioprina foram associados a menor risco de reinternação. Conclusão: Cerca de metade dos receptores de TC foram reinternados nos primeiros 90 dias após a alta hospitalar, com a maioria dos casos ocorrendo no início do primeiro mês. No entanto, a mortalidade geral foi baixa. A compreensão dos fatores associados à reinternação após a alta hospitalar pode auxiliar na implementação de estratégias para evitar morbidade e custos hospitalares