Técnicas para o diagnóstico, planejamento terapêutico e tratamento endovascular com Stent diversor de fluxo dos aneurismas do complexo comunicante anterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pagiola, Igor Campostrini [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67980
Resumo: O complexo comunicante anterior é um dos locais mais frequentes de aneurismas intracranianos. Além disso, os aneurismas dessa região apresentam maior risco de ruptura se comparados com outras topografias, podendo romper com tamanho menores que os demais. Em virtude da grande variação anatômica nesta região, o profundo conhecimento da anatomia com estudos diagnósticos deve ser realizado para a escolha da melhor terapêutica para esses aneurismas. Dentre os tratamentos disponíveis, a abordagem microcirúrgica ou endovascular dos aneurismas do complexo comunicante anterior são desafiadores, mas muitas vezes necessários. A enorme variedade anatômica associada a alta incidência de aneurismas na topografia da artéria comunicante anterior (AcoA), nos levou a estudar técnicas com a angiografia por subtração digital (ASD), definição de um protocolo com a ASD e técnicas avançadas de aquisição de imagem como a aquisição rotacional 3D associado a ferramenta de overlay que permite fundir as imagens das duas artérias cerebrais anteriores (ACA). Utilizando esse protocolo, a análise da anatomia do complexo comunicante anterior é realizada em detalhes e define todas as possíveis variações anatômicas, relação do aneurisma com os segmentos A1 e a artéria comunicante anterior auxiliando no planejamento terapêutico desses aneurismas. Também avaliamos, especificamente, o tratamento com Stent diversor de fluxo (DF) dos aneurismas do complexo comunicante anterior em um centro de referência mundial nesse tipo de procedimento. Avaliando essa grande série de casos, propusemos uma nova classificação dessa região para inferir prováveis riscos de complicações tromboembólicas, taxa de cura do aneurisma e qual técnica de liberação do Stent seria mais favorável para cada tipo anatômico definido pela classificação. A nova classificação do complexo comunicante anterior foi dividida em 4 tipos anatômicos definidos pela diferença do calibre dos segmentos A1 da ACA (H1 – mesmo diâmetro, H2 – diferença menor que 50%, H3 – diferença maior ou igual que 50% e Y – ausência de A1 em um dos lados.). Além dos tipos anatômicos, analisamos 3 técnicas básicas de liberação do Stent DF (técnica “I”– Stent posicionado do segmento A1 para o A2 ipsilateral-; técnica em “H” – um Stent DF em cada lado, duas técnicas “I” e a técnica em “Chicane” quando o Stent é colocado de A1 de um lado para o A2 contralateral). Quando separamos os aneurismas em cada tipo anatômico da nova classificação proposta tivemos 56.6% no grupo H1, 26.6% H2, 16.6% no H3 e nenhum paciente no grupo Y. A oclusão completa do aneurisma ocorreu em 83.3% do grupo H1, 66.7% no H2 e 60% no H3. O grupo H3 apresentou 1.38 mais chances de não obter oclusão completa. Na série estudada houve uma taxa de complicação tromboembólica de 26.7% com 3.3% de complicações sintomáticas. Avaliando as complicações tromboembólicas em cada grupo da nova classificação observamos: 17.6% no grupo H1, 25% no grupo H2 e 60% no grupo H3. Não houve complicações hemorrágicas no grupo estudado. O grupo H3 apresentou 4 vezes mais chance de complicações tromboembólicas que os demais grupos. A realização da técnica de overlay para o estudo da região do complexo comunicante anterior nas ASD facilita a compreensão da anatomia e relação dos segmentos A1 com o aneurisma. O calibre dos segmentos A1 das ACA poderá alterar a hemodinâmica após a implantação de um Stent DF. Essas diferenças podem alterar tanto a taxa de oclusão do aneurisma quanto a taxa de complicações tromboembólicas durante o procedimento. O tratamento dos aneurismas do complexo comunicante anterior com Stent DF é factível e pode se tornar ainda mais seguro com uma melhor definição anatômica utilizando técnicas avançadas de imagem. Essa melhor definição anatômica permite uma nova classificação para indicação mais precisa desse tipo de dispositivo, tanto no tratamento de primeira intenção como nos casos de recanalização após outras técnicas dos aneurismas do complexo comunicante anterior.