Neopirronismo e ceticismo cartesiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Oscar Moreira dos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67413
Resumo: Esta dissertação visa a caracterizar duas formas distintas de ceticismo, a saber, o ceticismo neopirrônico e o ceticismo de matriz cartesiana. A descrição do neopirronismo será feita, por assim dizer, numa imagem negativa formada a partir das descrições feitas por Oswaldo Porchat, por Barry Stroud e por Robert Fogelin acerca do ceticismo global que decorre da problematização do conhecimento humano. Esta é a parte negativa da dissertação, cujo foco é investigar os argumentos que os autores formularam sobre o que está por detrás de um veredito negativo a respeito do conhecimento. Ainda que haja especificidades nos argumentos formulados, os diagnósticos dos autores convergem em uma direção: o ceticismo sobre o mundo exterior está fundamentalmente atrelado à concepção, muito difundida, de que a tarefa precípua da filosofia é revisar as crenças que são sustentadas na vida comum e na ciência, com o intuito de conferir-lhes, tanto quanto possível, uma fundamentação sólida. A filosofia é caracterizada nesses termos porque os filósofos têm em mente uma certa concepção de objetividade na qual, dado que a realidade é totalmente independente do sujeito e que, em virtude disso, as crenças que os seres humanos sustentam podem ser todas falsas, é preciso garantir que essa realidade seja, de fato, conhecida. Contudo, uma vez entendido este projeto, é difícil assegurar que haja conhecimento efetivo segundo essa concepção de objetividade, de modo o ceticismo cartesiano parece permanecer como uma questão à qual ainda não se formulou uma resposta satisfatória. A parte positiva da dissertação tratará precisamente de oferecer concepções distintas de filosofia e, por conseguinte, da realidade com a qual os seres humanos interagem e desejam conhecer. Segundo essa concepção neopirrônica da realidade, embora o problema do mundo exterior não seja respondido por meio de um veredito positivo tal qual os filósofos tradicionais ambicionam, tampouco pode ser formulado de maneira inteligível.