Avaliação micológica e micotoxicológica de silagens destinadas à alimentação de bovinos de fazendas no Estado de São Paulo e Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Keller, Luiz Antonio Moura lattes
Orientador(a): Rosa, Carlos Alberto da Rocha lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11885
Resumo: Apesar de ter o segundo maior rebanho do mundo, a bovinocultura de corte brasileira apresenta modestos índices de produtividade. O desempenho dos animais em pastagens é razoável durante a estação chuvosa, observando-se na estação seca deficiência alimentar, causada pela baixa disponibilidade e qualidade do pasto, o que resulta em perda de peso dos animais. Assim, alimentos ensilados são uma solução atualmente utilizada a esta situação no processo produtivo. A avaliação deste substrato alimentar é escassa tanto no Brasil quanto no restante da América Latina, assim, os objetivos deste trabalho foram estabelecer a ocorrência natural de espécies dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium potencialmente produtoras de micotoxinas e determinar a presença de aflatoxinas (AFs), ocratoxina A (OTA), fumonisina B (FB11) e deoxinivalenol (DON) em amostras de silagens destinadas ao consumo de bovinos de corte. Foram avaliados um total de 232 amostras de silagens de milho no período de junho 2007 a outubro 2007 e fevereiro 2008 a maio 2008 (avaliado o material pré e pós-fermentado nesse período), provenientes de três fazendas criadoras de gado de corte no Estado de São Paulo e uma no Estado do Rio de Janeiro. Foi observado que os substratos pós-fermentados apresentaram 70% das amostras contaminadas acima dos limites recomendados para alimentação animal de 1,0 x 104-1 ufc.g (GMP, 2008), com isso observou-se que a qualidade higiênica ruim e altas contagens encontradas levaram a uma micobiota variável e potencialmente toxígena, sendo Aspergillus flavus à espécie de maior ocorrência, seguida por A. niger agregados, A. fumigatus, A. parasiticus, além de outras espécies deste gênero. Do gênero Aspergillus, quando as cepas da seção Flavi foram testadas quanto a capacidade de produzir toxinas em condições adequadas, tivemos que pelo menos 30% das cepas isoladas foram potencialmente toxígenas. Somam-se a este fato que se detectaram altos níveis de toxinas produzidas por esse gênero, as aflatoxinas (níveis acima de 70 ppb) e ocratoxina A (níveis de até 10 ppm). Do gênero Penicillium ocorreu também variabilidade das espécies isoladas, tendo uma freqüência maior de cepas isoladas do material pós-fermentado, a espécie que mais se destacou foi o P. citrinum, principal produtor da citrinina, onde 75% das cepas isoladas demonstraram ter capacidade de produção. O gênero Fusarium apresentou uma variabilidade baixa de espécies nas amostras avaliadas, mesmo nas amostras pré-fermentadas, onde poderia ser esperada uma maior quantidade de cepas; com a ocorrência de apenas duas espécies F. verticillioides e F. graminearum. Além disso, também foram detectados baixa freqüência e níveis das toxinas deste gênero (níveis de 0,32-2 ppm de FB1 e níveis de 0,56-2 ppm de DON). Tais achados reforçam a avaliação mais ampla desse substrato que é base alimentar durante grandes períodos do ano para o nosso rebanho.