Avaliação micológica e micotoxicológica de rações fornecidas na dieta de tilápias em criatórios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Barbosa, Tatiana Salomão lattes
Orientador(a): Silva, Pedro Paulo de Oliveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11016
Resumo: A piscicultura é um ramo específico da aqüicultura voltada para a criação de peixes em cativeiro. Por suas grandes vantagens as tilápias se destacam como as rainhas da piscicultura moderna e seu cultivo vem sendo apontado por especialistas como promissora atividade no mundo e principalmente no Brasil em decorrência do seu potencial hidrográfico, condições climáticas excelentes e produção satisfatória de grãos utilizados na fabricação de ração. Sabese que estes grãos são altamente susceptíveis à contaminação fúngica com possível formação de micotoxinas, o constitui um problema de grande importância em nível mundial. Dentre os gêneros fúngicos envolvidos na produção de micotoxinas destacam-se o Aspergillus, Penicillium e Fusarium. As micotoxinas de maior prevalência são as aflatoxinas, ocratoxina A, fumonisinas, zearalenona e tricotecenos. Estas são substâncias capazes de afetar os parâmetros produtivos, com graves perdas econômicas e riscos para a saúde animal e humana. Assim, este estudo objetivou determinar a atividade de água e a micobiota total contaminante, estabelecer a ocorrência de espécies potencialmente produtoras de micotoxinas pertencentes aos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium, determinar a presença de aflatoxina B1, ocratoxina A e fumonisina B1 e caracterizar o perfil toxígeno de cepas de espécies isoladas de amostras de rações fornecidas na alimentação de tilápias provenientes de pisciculturas. Para isto, foram coletadas 60 amostras de rações comerciais diretamente das propriedades piscicultoras nas regiões Centro e Sul do Estado do Rio de Janeiro. As amostras tiveram sua atividade de água aferida. Em seguida, a micobiota total foi determinada pelo método de diluição decimal seriada em placa. Depois de isoladas, as colônias foram identificadas em nível de gênero. A identificação de Aspergillus spp. e Penicillium spp. seguiu chaves taxonômicas específicas. O perfil toxígeno foi realizado para as cepas potencialmente produtoras de ocratoxina A e de aflatoxina B1 isoladas das amostras. A determinação da incidência natural destas micotoxinas foi realizada através de cromatografia em camada delgada. A determinação da presença de fumonisina B1 nas amostras foi feita através de kits ELISA. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e comparação de médias pelo teste de Tukey (p < 0,05). A média obtida da Aa das amostras foi de 0,61 ± 0,041 na Região Centro e de 0,58 ± 0,060 na Região Sul, ambas abaixo do valor considerado ótimo para o crescimento fúngico e produção de micotoxinas. Os níveis médios de contaminação fúngica foram de 1,0 x 103 UFC g-1 no Centro e de 4,7 x 103 UFC g-1 no Sul do Estado, ficando dentro dos padrões recomendados pelas Boas Práticas de Fabricação internacional para a alimentação animal, que é de 1,0 x 104 UFC g-1 de amostra. Os gêneros fúngicos mais isolados foram Cladosporium (85%), Aspergillus (68%) e Penicillium (60%). As espécies mais freqüentes foram P. citrinum (31%), A. niger agregados (21%) e A. flavus (20%). Todas as cepas isoladas de A. niger agregados foram negativas para o teste de capacidade produtora de ocratoxina A. Dentre as cepas de A. flavus isoladas, 16% foram positivas para a produção de aflatoxina B1. Quanto à incidência natural de micotoxinas, 98% das amostras apresentaram níveis detectáveis de fumonisina B1, 55% de aflatoxina B1 e 2% de ocratoxina A. A detecção de micotoxinas em quase todas as amostras de ração analisadas ressalta a necessidade de implantação de boas práticas de agricultura e de fabricação, a fim de se garantir um alimento mais seguro e reduzindo os riscos da ocorrência de micotoxicoses.