Crítica da Razão Negra e Racionais MCs: a cultura do rap no enfrentamento ao necropoder
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18733 |
Resumo: | Em função da racialização como critério-base do desenvolvimento econômico-social da humanidade, e mais especificamente da sociedade ocidental, sobretudo a partir da criação do Negro e do entrelaçamento deste ao conceito de escravo ao longo do projeto capitalista que segue em franco desdobramento (devir-negro do mundo), o filósofo contemporâneo Achille Mbembe (2018) e os rappers do grupo Racionais MCs (1990; 1992; 1993; 1997; 2002; 2014) aprofundaram a crítica aos algozes do que Mbembe (2014; 2016) conceituou como necropolítica. Neste sentido, nosso objetivo foi investigar a cultura do rap como modo de enfrentamento aos efeitos gerados pelo necropoder no Brasil. Medologicamente, a pesquisa se inicia bibliográfica, hermenêutica e etnográfico-textual, buscando compreender e correlacionar conceitos desenvolvidos pelo filósofo camaronês e pelos rappers brasileiros. Para isso, o problema foi sintetizado da seguinte forma: Como o movimento hip-hop e a cultura do rap [Racionais MCs] criticam e enfrentam a necropolítica no Brasil? Para responder à questão, inicialmente investigamos o desenvolvimento do conceito de raça descrito por Mbembe em suas obras, bem como examinamos a performance narrativa dos Racionais em consonância com o movimento hip-hop como a cultura que subverte as diversas mazelas enfrentadas especificamente pelos indivíduos racializados negros no Brasil. Assim, tendo como ponto de partida a CRN, e considerando-se os percalços enfrentados na (re)construção de identidades apesar das amarras do delírio da criação europeia de raça/racismo, a presente investigação enfatiza o rap como compromisso político-social, cultural e educacional. Portanto, além de artistas, Mano Brown (Pedro Paulo Soares Pereira), Ice Blue (Paulo Eduardo Salvador), Edi Rock (Edivaldo Pereira Alves) e KL Jay (Kleber Geraldo Lelis Simões) são pensadores urbanos, intelectuais orgânicos cuja obra contribui efetivamente para o desenvolvimento de reflexões e estratégias de sobrevivência, resistência e reexistência no enfrentamento ao necropoder. A investigação demonstrou que a dimensão crítico-narrativa do hip-hop e do rap do Racionais desvela a conjuntura do necropoder, desde o cotidiano até as instituições, possibilitando a conscientização (Freire, 1979) dos sujeitos/as periféricos/as (D’Andrea, 2013; 2020) e MPIFs (Okereke; Alves; Ribeiro, 2017), mantendo vivo o compromisso (Sabotage, 2000) do rap na construção de uma sociedade antirracista. |