Pesquisa de infecções por agentes Anaplasmataceae, Piroplasmas e Hemoplasmas em gambás-de-orelha-preta (Didelphis aurita) da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Ágatha Ferreira Xavier de lattes
Orientador(a): Baldani, Cristiane Divan
Banca de defesa: Baldani, Cristiane Divan, André, Marcos Rogério, Peixoto, Maristela Peckle, Balthazar, Daniel de Almeida, Guimarães, Andresa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14228
Resumo: A ocorrência de hemoprotozoários em marsupiais é descrita em diversos países como o Brasil, Austrália, Estados Unidos, China, entre outros. Mudanças ambientais contribuem para o acesso destes animais a nichos ecológicos não habituais, como metrópoles e áreas periurbanas, expondo-os a diversos riscos como descargas elétricas, queimaduras, fraturas, intoxicações e ataques por cães e seres humanos. Apesar desta proximidade, são escassas as investigações quanto à participação de gambás-de-orelha-preta (Didelphis aurita) sobre a circulação de agentes patogênicos veiculados por vetores e consequente ocorrência de doenças no Brasil. Objetivou-se com este estudo pesquisar a presença de agentes patogênicos das famílias Anaplasmataceae, Mycoplasmataceae e de piroplasmas em sangue periférico e de medula óssea, bem como a existência de co-infecções em Didelphis aurita oriundos da região metropolitana do Rio de Janeiro. Um total de 15 gambás-de-orelha-preta foram recebidos no Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS RJ e no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – CRAS RJ. Mediante contenção apropriada, os animais foram avaliados clinicamente e inspecionados quanto à presença de ectoparasitos. Além disto, amostras de sangue periférico foram colhidas através de venopunção da veia da cauda e transferidas para tubos contendo o anticoagulante EDTA, para se realizar o hemograma. A coleta de medula óssea foi realizada após sedação, em apenas dez dos quinze animais devido ao escore corporal adequado que estes possuíam. Para se evitar resultados falso-negativos, todas as amostras foram submetidas à análise molecular prévia para detecção dos genes endógenos gapdh e IRBP. As detecções de DNA de Agentes patogênicos pertencentes à família Anaplasmataceae e Mycoplasmataceae foram baseadas no gene 16S rRNA e Piroplasmas no gene 18S rRNA. Todas as amostras de sangue total e medula óssea testadas foram negativas para a família Anasplasmataceae. Vinte porcento (3/15) dos animais foram positivos para Mycoplasma spp. nas amostras de sangue total, e destes, 66,6% (2/3) apresentavam comorbidades como escoriações e fraturas relacionadas a acidentes urbanos. Para a ordem Piroplasmida, 33,3% (5/15) dos animais foram positivos em amostras de sangue total e também em medula óssea e destes, 80% (4/5) apresentavam condições inflamatórias. Um dos animais positivos para Piroplasma apresentava mucosa ictérica e diminuição do valor de hemoglobina corpuscular média e outro animal apresentou anemia (hematócrito de 23,5%) e diminuição do valor da proteína plasmática (5g/dl). Coinfecção por piroplasmas e hemoplasmas ocorreu em treze vírgula trinta e três porcento (2/15) dos gambás, e apenas um apresentava comorbidade. Os dados deste estudo indicam a existência de infecções por hemoparasitos de importância em D. aurita provenientes da região metropolitana do Rio de Janeiro, o que reforça a necessidade de novos estudos epidemiológicos que esclareçam a participação destes animais na ocorrência de doenças causadas por estes agentes patogênicos nos animais domésticos e seres humanos.