Efeitos do transplante de células mononucleares de medula óssea na hipertensão espontânea em ratos

• Ano de defesa: 2012
• Autor(a) principal: ALMEIDA, Thalles Ramos
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina; Brasil; UFTM; Curso de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
• Palavras-chave em Português: Medula óssea; Transplante de medula óssea; Células da medula óssea; Hipertensão; Bone marrow; Bone marrow transplantation; Bone marrow cells; Hypertension; Biologia Geral
• Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/181

No presente estudo, os efeitos do transplante de células mononucleares (TMN) extraídas de medula óssea de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) adultos (Ad) ou jovens (Jv) isogênicos ou de ratos Wistar-Kyoto (WKY) normotensos alogênicos sobre os níveis de pressão arterial sistêmica de SHRs fêmeas foram avaliados. Células mononucleares de medula óssea foram retiradas de tíbias, fêmurs e úmeros de SHRs doadores machos isogênicos adultos (de 16 semanas de idade, TMN-Ad, n=4) ou jovens (de 4 semanas de idade, TMN-Jv, n=2) ou de ratos WKY normotensos (de 16 semanas de idade, TMN-WKY, n=2) e injetadas (5x106 cels./rato, i.v.) em SHRs receptoras fêmeas de 16-20 semanas de idade (grupos TMN-Ad, n=10, TMN-Jv, n=7 e TMN-WKY, n=7). As células mononucleares foram marcadas com o corante fluorescente celltracker CM-DiI, previamente à administração. Ratas SHRs fêmeas, recebendo apenas o veículo, formaram o grupo controle (CON, n=15). Pressão arterial (PA) indireta foi registrada diariamente ou a cada dois dias por meio do método de oclusão da artéria caudal por uma semana antes até duas semanas, após o transplante em todos os grupos experimentais. No final desse período, após prévia canulação (24-48 horas antes), todos os animais foram submetidos ao registro direto da pressão arterial pulsátil por 01 hora, em condições estáveis e de repouso. Em seguida, posteriormente à anestesia com pentobarbital sódico, os animais foram eutanasiados. Concluído o sacrifício, microscopia de fluorescência foi realizada em cortes histológicos teciduais dos órgãos removidos, incluindo rins, baço, pulmões e coração, a fim de se verificar a presença de células de SHR doadores (celltracker CM-DiI+). Em ambos os grupos submetidos ao transplante isogênico (TMN-Ad e TMN-Jv), a PA foi reduzida após o terceiro dia, permanecendo baixa até o final do período de observação. Confirmando estes achados, os valores de PA média avaliados por meio de medida direta foram de 137±4mmHg no grupo TMN-Ad e 136±3mmHg no grupo TMN-Jv (versus 163±5mmHg no grupo CON, p<0.005). Em adição, nenhuma diferença nos parâmetros de variabilidade da frequência cardíaca e na sensibilidade barorreflexa espontânea foram observadas entre os grupos, enquanto que a variância, o componente VLF (very low frequency) e o componente LF (low frequency) da variabilidade da pressão arterial foram significativamente reduzidos, em ambos os grupos TMN-Ad e TMN-Jv. Também se observou uma diminuição na hipertrofia cardíaca, provavelmente pela redução da sobrecarga hemodinâmica imposta ao ventrículo esquerdo. Não foram observadas modificações na densidade glomerular nos grupos TMN-Jv e TMN-Ad, comparados ao grupo CON. Pequenas quantidades de células foram encontradas em vários tecidos, incluindo os rins, enquanto um grande número de células estava marcadamente presente no baço dos animais que receberam transplante isogênico. Por outro lado, nas SHRs submetidas ao transplante alogênico com células de ratos WKY (grupo TMN-WKY), ao final do período de observação, nenhuma queda da PA foi observada. Em concordância, a PA média direta medida nos animais TMN-WKY não diferiu dos respectivos animais controles. Nenhuma modificação foi observada na variabilidade cardiovascular, sensibilidade barorreflexa, hipertrofia cardíaca e densidade glomerular dos animais TMN-WKY. No transplante alogênico, células WKY transplantadas foram encontradas apenas no baço, sugerindo rejeição das células. Esses achados sugerem que o transplante de células mononucleares de medula óssea isogênica, em animais imunocompetentes, de diferentes idades é capaz de reduzir a pressão arterial associada à hipertensão arterial sistêmica.