A construção temporal [XTEMP + (EM) + QUE + O] no português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moreira, Beatriz de Lucena
Orientador(a): Bispo, Edvaldo Balduino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21282
Resumo: Neste trabalho, focalizo a construção temporal [XTEMP + (EM) + QUE + O], em seus aspectos formais e funcionais. Objetivo analisar aspectos estruturais, semântico-cognitivos e pragmáticos envolvidos em seu uso. Em termos metodológicos, esta pesquisa envolve tanto o viés quantitativo - relacionado à verificação da frequência de uso da construção em foco e sua descrição - como o qualitativo, que diz respeito ao estabelecimento das motivações implicadas no uso dessa construção. O banco de dados utilizado para análise consiste de exemplares escritos do corpus mínimo do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB) e de textos escritos e falados do português contemporâneo, coletados no Corpus Discurso & Gramática. O trabalho fundamenta-se no aporte teórico da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), conforme caracterizada por Furtado da Cunhas, Bispo e Silva (2013). Ademais, agrego contribuições da Gramática de Construções, conforme Croft (2001), Goldberg (2006) e Traugott e Trousdale (2013). Os resultados mostram, dentre outros aspectos, que a construção temporal investigada licencia dois padrões subesquemáticos (distintos pela presença ou não de preposição em antes de que), os quais apresentam especificidades semântico-cognitivas e pragmáticas, estando seu uso correlacionado ao gênero textual e à modalidade de língua em que foram produzidos. Esses dois subesquemas convivem, pelo menos, desde o século XIX, e parecem representar formas em competição, revelando um caso de mudança construcional. Também parece haver um processo de construcionalização no interior da construção em estudo, envolvendo estruturas menores, no caso [XTEMP] e [EM QUE], que passam a constituir um novo pareamento forma-função [XTEMP + QUE], o qual funciona como conector oracional.