A construção medial no português do Brasil: usos no padrão reclamação digital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Melo, Nádia Maria Silveira Costa de
Orientador(a): Cunha, Maria Angélica Furtado da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20217
Resumo: Esta tese examina a construção medial do português do Brasil (PB). Trata-se de uma construção que descreve um evento causativo, em que um participante sujeito não-humano é afetado por uma ação que não emana dele. Interessa-nos investigar essa construção a partir de suas funções semântico-cognitivas e discursivopragmáticas, suas características específicas, motivações e contexto discursivo em que seu uso é recorrente. Para tanto, buscamos responder às seguintes questões: qual a configuração estrutural prototípica da construção medial (CM) no Português do Brasil? Quais são suas funções discursivas específicas? Qual é o grau de transitividade da CM com base nas propriedades propostas por Hopper e Thompson (1980)? Partimos do pressuposto de que a construção medial possui estrutura própria que particulariza sua dimensão significativa, garantindo um certo distanciamento entre o responsável pelo evento e a entidade afetada. A fundamentação teórica provém da Linguística Funcional Centrada no Uso (FURTADO DA CUNHA; BISPO; SILVA, 2013). É uma pesquisa de natureza qualitativo-interpretativista que tem como prioridade a análise de ocorrências oriundas de textos produzidos por usuários da língua portuguesa do Brasil em situação efetiva de comunicação. Os dados empíricos analisados provêm de textos eletrônicos disponíveis no sítio www.reclameaqui.com.br. Os resultados revelaram a existência de diferentes configurações em português para a construção medial, sendo a prototípica a formada por SN+V. Do ponto de vista morfossintático e semântico, a construção expressa um sujeito afetado por uma ação que não parte dele. Quanto ao aspecto pragmático, a construção expressa um evento que parece ter como propósito enfatizar o argumento afetado e ignorar, intencionalmente ou não, o agente ou o causativo, por ser irrelevante para o falante/ouvinte na situação de comunicação.