A formação do psicólogo clínico fenomenológico-existencial: o cultivo de um modo de ser-no-mundo?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Guimarães, Firmiana Correia Lima
Orientador(a): Dutra, Elza Maria do Socorro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33276
Resumo: O processo de formação de psicólogos clínicos fenomenológico-existenciais é atravessado por desafios devido ao seu caráter artesanal e seu lugar dentro da Psicologia, enquanto uma clínica que não se propõe a ajustar o indivíduo a um mundo dado, mas possibilitar um retorno ao poderser. O trabalho teve o objetivo de compreender a experiência da formação dos psicólogos clínicos fenomenológico-existenciais e o que acontece, para além da teoria, nesse processo, que consideramos como o cultivo de um modo de ser, visto que aprender a agir fenomenologicamente é algo que só se dá na vivência e que a ação clínica requer um pensamento meditante e um modo de habitar sereno frente às requisições da Era da técnica. Participaram da pesquisa quatro psicólogas com formação na área. A aproximação de suas experiências se deu pela narrativa, observando-se o seu caráter artesanal e dialógico. A compreensão se deu com base na ontologia heideggeriana e na proposição do círculo hermenêutico como inspiração para análise das narrativas, enfatizando o aspecto circular e não definitivo da compreensão. As narrativas revelaram que a afinação com a perspectiva filosófica e o desenvolvimento de um modo de ser fenomenológico passam pelas existências singulares de cada psicólogo, elas são impressas na escolha pelo caminho e no modo como se relacionam com ele. O modo de ser cultivado na formação ultrapassa o papel do profissional e toma toda a existência, sendo esse modo de presença próximo do artesão, do poeta e do filósofo que, nas concepções heideggerianas, aponta para esses ofícios como aqueles que desvelam, na linguagem poética, o aceno do ser.