A experiência da escrita criativa: uma compreensão fenomenológico-existencial a partir de Jean-Paul Sartre

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Oliveira, Vannessa Brasil Fernandes de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Psicologia existencial; Fenomenologia; Escrita
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/118307

A presente dissertação teve como objetivo discutir a experiência da escrita criativa de residentes em Fortaleza, Ceará, Brasil a partir da fenomenologia existencial de Jean-Paul Sartre. A revisão da literatura enfatiza a concepção de que o homem, o ser-no-mundo se constitui no campo dos possíveis para que possa transcender a situação vivida. De acordo com Sartre, o homem cria um movimento de interação consigo mesmo, com o outro e com o mundo, por meio do qual realiza as suas escolhas, projetando-se para o futuro. Neste sentido, a experiência da escrita criativa pode ser um instrumento facilitador deste processo de transcendência, auxiliando o sujeito a imaginar um futuro que ainda não conhece, a projetar seus sentimentos e ideias na história produzida e as interações com o seu próximo. A pesquisa utilizou o método progressivo-regressivo para a análise e a discussão dos dados, desenvolvidas a partir de entrevistas semiestruturadas que descrevessem a vivência da escrita criativa. Este método foi escolhido pela possibilidade de estudar a experiência dos entrevistados de acordo com as suas memórias, juízos de valores e imaginações, onde foram realizadas entrevistas com pessoas que passaram pela experiência da escrita criativa, moradores de Fortaleza/CE. Para que isso fosse cumprido, as entrevistadas foram realizadas com a pergunta disparadora ¿como foi a experiência da escrita criativa para você?¿, fazendo em seguida a discussão e divisão para melhor compreensão dos temas que foram relatados. Os resultados obtidos demonstraram que a escrita criativa pode ser utilizada como forma de expressão subjetiva, favorecendo a compreensão e a comunicação da experiência do para-si, a consciência, em seus próprios arredores. Destacou-se o olhar do outro como importante elemento constituinte na escrita de uma história, assim como a relação do sujeito com os seus arredores é uma influência significativa no desenvolvimento de suas narrativas e de como elas expressam a subjetividade do escritor. Como conclusão, demonstrou-se que a escrita criativa constitui uma atividade potencialmente terapêutica, na medida em que favorece a compreensão das vivências psicológicas dos entrevistados, podendo facilitar seu contato com o outro, com a sua subjetividade e com as possibilidades de mudança. Palavras-chave: Escrita criativa; fenomenologia existencial; Jean-Paul Sartre.