Contato improvisação como dança de situação - uma aproximação com a fenomenologia existencial de Jean-Paul Sartre

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Botelho, Isabel Maria de Araujo
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Psicologia existencial; Fenomenologia; Dança
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/118062

Esta pesquisa realizou um estudo acerca da experiência vivida em Contato Improvisação por intérpretes e criadores, abordando-o como uma "dança de situação", um espaço constituinte e expressivo de subjetividades. O objetivo desta investigação foi compreender como o ser-no - mundo se expressa pelo Contato Improvisação à luz da fenomenologia existencial de Jean-Paul Sartre. Para tanto, a filosofia sartreana e as poéticas da dança contemporânea tratadas por Laurence Louppe e José Gil sustentaram a principal fundamentação utilizada. A partir da compreensão do filósofo francês de que o ser-no-mundo é aquele que se rojeta para além do mundo, constituindo um campo de possíveis, a fim de construir e transcender esse mesmo mundo, aponto que o sujeito dançante é aquele que cria o movimento e interage no mundo por meio de sua experiência vivida na dança. Sob essa ótica, o ser-que-dança-no-mundo age por sua expressão e movimento, assim sendo, a dança Contato Improvisação foi apresentada na pesquisa como dança situada, como interação do ser com o outro e com o mundo, em que se cria uma intersubjetividade e uma intercorporeidade, movimentadas pelas subjetivações e significações expressas no ato de dançar. A pesquisa empírica foi constituída por meio da participação de quatro sujeitos dançantes, os quais relataram sua experiência vivida na dança. Mediante o uso do método biográfico ou progressivo-regressivo de Sartre, os relatos foram analisados e interpretados à luz do conceito de situação sartreano, que abrange as demais noções implicadas em sua filosofia. Como resultados, a pesquisa assume que, ao dançar, o ser-no-mundo apresenta e significa sua existência, sendo assim, o projeto de ser-que-dança-nomundo é uma composição mediada entre a facticidade e a contingência da situação e a singularidade do Para-si em seu movimento de perpétua transcendência. Como considerações finais, a pesquisa expõe as criações em dança realizadas pelos sujeitos dançantes como presentificação, transcendência e ressignificação de suas experiências vividas. Outra consideração elaborada na pesquisa expressa que, pela vivência do Contato Improvisação, a dança é situada e potencializa um espaço de autoconhecimento e de escuta de si e do outro, o que demostra a relevância dessa prática para a sociedade contemporânea. Palavras-chave: dança de situação, corpo, ser-no-mundo, Contato Improvisação, Jean-Paul Sartre.