Cultura geral e práticas educativas para o ensino industrial no Boletim da CBAI (1947-1961)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Campos, Ísis de Freitas
Orientador(a): Stamatto, Maria Inês Sucupira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47556
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo o entender quais ideias circulavam no Boletim da CBAI (1947-1961), periódico publicado pela Comissão Brasileiro-Americana de Educação Industrial (CBAI), com relação às disciplinas de Cultura Geral e Práticas Educativas, presentes no currículo do ensino industrial. A CBAI, mantida oficialmente de 1946 a 1962, funcionava a partir da articulação entre o Brasil e os Estados Unidos da América para o desenvolvimento do ensino industrial, organizando esse ramo de ensino a partir do que estava estabelecido na Lei Orgânica do Ensino Industrial, de 1942, até a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1961. Aquela legislação foi responsável pela estruturação de um currículo que previa as disciplinas de Cultura Geral e Práticas Educativas, com componentes que também constavam no ensino secundário, e as de Cultura Técnica, mais direcionadas para os ofícios a serem aprendidos. Com base em Apple (2008), questiona-se em que medida as propostas de ensino de Cultura Geral e Práticas Educativas estariam também adequadas à lógica da formação para a produtividade na indústria, entendendo que o currículo é pensado a partir das demandas das relações sociais e produtivas, que, nesse caso, se conectam ao projeto de industrialização. A partir de Catani (1996), entende-se a potencialidade de periódicos educacionais para o estudo dos discursos sobre formas ideais de se realizar o trabalho educativo. Nesse sentido, o Boletim da CBAI foi utilizado como fonte principal de pesquisa, sendo analisado com base nos pressupostos metodológicos da História Através da Imprensa (ZICMAN, 1985) e da análise do conteúdo (ARÓSTEGUI, 2006; MORAES, 1999). Para isso, foi necessário antes construir uma biografia dos conceitos (CASTANHA, 2011) de Cultura Geral e Práticas Educativas, de modo a identificar mudanças na legislação do período. Ainda, como fontes secundárias, utilizou-se jornais da Hemeroteca Digital Brasileira e documentos retirados do arquivo Gustavo Capanema junto ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) para auxiliar no processo de interpretação. Como resultado do estudo, identificou-se que o Boletim da CBAI foi um espaço para defesa do ensino de Cultura Geral e Práticas Educativas. No entanto, esse ensino deveria estar conectado ao conhecimento técnico, uma apropriação da perspectiva escolanovista de aliar a teoria à prática. Para a aplicação dessa proposta, foram detectados problemas como a falta de formação dos professores e de bibliografia específica, por exemplo.