Estudo comparativo das infecções por Leishmania major e Leishmania amazonensis em camundongos isogênicos CBA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Souza, Valderes Lemos de
Orientador(a): Freitas, Luiz Antonio Rodrigues de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34500
Resumo: A maioria dos trabalhos sobre o modelo murino na leishmaniose tegumentar utiliza diferentes linhagens de camundongos que são resistentes ou susceptíveis a uma determinada espécie de leishmânia ou trata de manipulações da resposta imune tornando camundongos susceptíveis, resistentes a determinada leishmânia, ou tornando resistentes, susceptíveis. No presente estudo avalia-se comparativamente, resistência e susceptibilidade à infecção por leishmânia, utilizando o modelo de infecção de camundongos isogênicos CBA infectados com L. amazonensis (L.a.), para as quais são susceptíveis, e infectados com L. major (L.m.), para as quais são resistentes. Nós comparamos a resposta imune-inflamatória nesses dois grupos através da avaliação do curso da infecção pelo monitoramento do tamanho das lesões e avaliação da quantidade de parasitos em cortes histológicos através de imunohistoquímica. A resposta tissular foi estudada em cortes histológicos das patas e dos linfonodos de drenagem no intervalo de três a 70 dias após a infecção. A produção de IFN-y, IL-4 e IL-10 foi avaliada pelo método ELlSA e a produção de NO pelo método de Griess, em sobrenadantes de culturas de células do linfonodo de drenagem. Os camundongos CBA infectados por L.m. controlam a infecção e curam, enquanto os infectados por L.a. exarcebam a infecção e morrem. Os padrões de resposta tissular no local da infecção e no linfonodo de drenagem são distintos. Nos animais resistentes ocorre inflamação mista com formação de granuloma e fibrose, enquanto nos susceptíveis ocorre reação macrofágica monomórfica, sem granulomas e fibrose. O IFN-y foi predominante produzido pelas células do linfonodo dos animais infectados por L.m., enquanto que os níveis de IL-4 foram mantidos mais alto no grupo de animais infectados por L.a., após o 7º dia de infecção. Os perfis distintos de resposta correspondem a padrões distintos de resposta tissular e estão relacionados com a produção aumentada de IFN-γ ou IL-4, ou seja perfis predominantemente Th1 ou Th2 da resposta imune celular. O padrão morfológico de resposta tecidual comporta-se como correlato da resposta imune. Os dados apresentados indicam que, no contexto do camundongo CBA, fatores relacionados com o parasito são determinantes do tipo da resposta imune-inflamatória.