Corpo-Kalunga: fluxos memorialísticos e identitários em Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silveira, Aline Setúbal da
Orientador(a): Venâncio, Karina Chianca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47512
Resumo: Em Um defeito de cor (2006), da escritora brasileira Ana Maria Gonçalves, acompanhamos a trajetória memorialística de Kehinde/Luiza, como legado ao seu filho Omotunde/Luiz Gama. O seu corpo-memória pulsa em trabalho de luto. Nas nuances do processo de busca por seu filho, que não se finda, a narradora-protagonista, ex-escravizada, revela ao leitor o movimento simultâneo de uma busca por si. Assim, esta pesquisa tem como objetivo analisar as construções memorialísticas tecidas pela voz narrativa de Kehinde, bem como as (re)construções identitárias da protagonista em fluxo e em diálogo com essas marcas memoriais. Fundamentamos a nossa análise em Abdias Nascimento (2016; 2019), Luciana Brito (2018) e Mônica Lima e Souza (2008), teóricos que suscitam diálogos acerca da diáspora negra e da escravidão no Brasil. Para a categoria analítica de memória, fundamentamo-nos, dentre outros, em Leda Maria Martins (2003), Paul Ricoeur (2007) e Roland Walter (2011). Para a categoria analítica de identidade, fundamentamo-nos, dentre outros, em Frantz Fanon (2008), Paul Gilroy (2012), Stuart Hall (2013; 2014) e W. E. B. Du Bois (2021). A partir da análise empreendida, observamos que a protagonista, em seu fluir narrativo, emerge travessias identitárias, reflexo da experiência do sujeito diaspórico com encontros culturais múltiplos, ora justapostos ora confrontados. Em errância contínua, a memória inscrita representa reconciliação com a perda de si e dos seus.