Negras vozes femininas – travessias: um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves e a lírica de Luedji Luna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Isabelle Lins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20272
Resumo: A pesquisa objetiva, por meio dos Estudos Literários Comparados, identificar semelhanças e diferenças entre abordagens e temáticas relacionadas ao feminino negro em diáspora presente nas produções das artistas Ana Maria Gonçalves (2006) e Luedji Luna (2017 e 2020) a fim de assinalar possíveis contribuições com as (re)existências femininas negras na literatura brasileira. A lírica das canções compostas por Luedji Luna (2017 e 2020) apresenta aspectos históricos de escrevivências das mulheres negras. Ancestralidade, identidade e maternidade são traços marcantes de suas composições. O romance Um defeito de cor (2006), escrito por Ana Maria Gonçalves, é obra narrada em primeira pessoa por sua protagonista – Kehinde/ Luíza – que viveu a diáspora e a escravização, mas que conseguiu transgredir a condição de subalterna e de subjugada em uma sociedade colonialista-patriarcal de modo altivo, por meio de serendipidade e resistência. O eixo norteador de nosso estudo concentra-se na questão: como os textos produzidos por Luedji Luna e Ana Maria Gonçalves podem contribuir com as (re)existências femininas negras em nossa literatura? Como base teórica deste trabalho, embora não exclusivamente, utilizamos as autoras e autores: Conceição Evaristo (2013) – para pensarmos o conceito de escrevivências; Aimeé Bolaños (2010) – para discutirmos diáspora; Grada Kilomba (2019) – para estudarmos sobre colonialismo e resistência feminina negra; Achille Mbembe (2018) – para tratarmos do conceito de necropolítica; Denys Cuche (1999) – a fim de tratarmos identidade e cultura; Lélia González (1988) e Audre Lorde (2019) – para pensarmos vivências das mulheres negras. O corpus analisado é composto pelo romance Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, e pelas letras poéticas: “Acalanto”; “Asas”; “Cabô”; “Iodo + Now frágil”; “Saudação malungo” e “Um corpo no mundo”, presentes no álbum Um corpo no mundo (2017) e “Ain’t I a Woman”; “Banho de folhas”, “I Ain’t Got No” e “Uanga”, presentes no álbum Bom mesmo é estar debaixo d´água (2020). Os textos aqui selecionados como objeto de pesquisa dialogam mimeticamente com o contexto histórico aos quais se referem e entre si, na perspectiva do protagonismo das mulheres negras, à diáspora africana, à cultura. Criações literárias que vão além da representatividade, miram (re)existências como caminhos para ampliar leituras e debates, produzir novas construções de significados nos âmbitos social e literário – resultados prévios esperados.