A Filosofia no ensino integrado: a percepção dos professores sobre o ensino de Filosofia e as possibilidades de emancipação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Jerônimo, Maria Keila
Orientador(a): Menezes, Antônio Basílio Novaes Thomaz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54526
Resumo: Este trabalho de tese tem como objeto de pesquisa o ensino de Filosofia no ensino técnico integrado ao médio. O estudo limitou-se a analisar a legislação que norteia a Filosofia enquanto componente curricular no período de 2004-2020 e a verificar a percepção do(a)s professore(a)s de Filosofia sobre a prática educativa no ensino dessa disciplina. Para tanto, partiu do seguinte questionamento: quais as implicâncias da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de Filosofia no ensino integrado, e quais os desafios da prática educativa do(a)s professore(a)s de Filosofia para a formação de sujeito críticos, reflexivos e emancipados? Essa problematização motivou, consequentemente, o objetivo geral: investigar o ensino de Filosofia no ensino técnico integrado ao médio no IFPI, nas perspectivas legal no período de 2004-2020, e do(a)s professore(a)s de Filosofia diante do contexto e desafios da racionalidade instrumental com vistas a uma educação para a emancipação. A presente tese se constitui como um diagnóstico crítico-reflexivo que procura constatar que os processos de ensino-aprendizagem no ensino integrado se dão de forma autônoma, crítica e reflexiva. Ao mesmo tempo, busca constatar ações e atitudes que impedem as condições de criticidade e autonomia, elementos que divergem para a direção do desenvolvimento de sujeitos socialmente emancipados. Metodologicamente, foi escolhida a abordagem qualitativa, e como fundamento epistemológico a Teoria Crítica. Sendo assim, foi realizado um estudo bibliográfico, pesquisa documental e investigação empírica. O trabalho foi amparado no seguinte aporte teórico: Adorno & Horkheimer (1985); Saviani (2007); Ciavatta (2019); Frigotto (2005); Kuenzer (1989); Cunha (2005); Ramos (2005); Bardin (2016); Magalhães (2004); Cartolano (1985); Freire (1996); Cerletti (2009), dentre outros autores. A pesquisa empírica ocorreu com seis professores de Filosofia do ensino técnico integrado, aos quais foram direcionadas entrevistas narrativas e memoriais de formação, como escrita de si, instrumentais utilizados para a produção dos dados analisados por meio da análise de conteúdo. Como resultados, constatou-se que o ensino de Filosofia percorre em caminhos tortuosos e incertos, pois sua presença no currículo não é constante no Brasil. Além disso, observou-se que, com a nova Base Nacional Comum Curricular, houve uma diminuição da carga horária dessa disciplina nos cursos integrados. O(a)s professore(a)s relataram que são desafiado(a)s no seu fazer docente todos os dias, devido, em grande medida, às particularidades do ensino integrado e a dualidade intrínseca entre disciplinas técnicas e as propedêuticas. Ainda relataram que o exercício do filosofar, na sua forma mais substancial de pensar autêntico, é uma das tarefas do ensino da Filosofia e que esse ensino contribui para se forjar uma formação humana, de consciência crítica para o pleno exercício da cidadania em uma sociedade democrática e para a formação de sujeitos emancipados. Com este estudo, confirmamos, então, a seguinte tese: as práticas do(a)s professore(a)s, sujeitos desta pesquisa, promovem a razão crítica que se defronta a razão instrumental e, estes, por mais que estejam em situações adversas, praticam o ensino de Filosofia de modo crítico e reflexivo, ao mesmo tempo que primam pela formação autônoma e crítica dos discentes.