Técnicas de criação em laboratório e dispersão do parasitoide de pupas Trichospilus diatraeae (Hymenoptera:Eulophidae) no campo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: ZACHÊ, Bruno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho"
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/979
Resumo: O endoparasitoide pupal Trichospilus diatraeae Cherian & Margabandhu (Hymenoptera: Eulophidae) é parasitoide preferencial da ordem Lepidoptera, e vem sendo utilizado em vários programas de controle biológico. No entanto, a eficiência do controle de pragas com inimigos naturais varia devido aos fatores bióticos e abióticos. O desenvolvimento de técnicas que possibilitem a criação de inimigos naturais em escala comercial é um dos pontos básicos para liberação massal em programas de manejo. O objetivo deste trabalho foi refinar técnicas de criação massal, além de técnicas de armazenamento do parasitoide adulto e dispersão em áreas de cultivo comercial de eucalipto para controle de lagartas desfolhadoras. Os experimentos foram realizados no laboratório de controle biológico de pragas florestais da FCA/UNESP - Campus de Botucatu e na fazenda Manto Verde, Lençóis Paulista SP. Pupas de S. frugiperda foram obtidas da criação em dieta artificial, e o parasitoide T. diatraeae foi retirado da criação estoque do laboratório. Foram feitos experimentos visando avaliar a melhor densidade de parasitismo nas seguintes relações 1:1, 7:1, 14:1, 21:1, 28:1 e 35:1. Verificou-se que houve interferência intraespecífica positiva até a densidade de 28:1, com taxas de parasitismo e emergência acima dos 90% e progênie total de 269,2 parasitoides se mostrando a melhor densidade para questões de criação massal. Estudos sobre o comportamento dos parasitoides devem incluir a interferência direta do alimento sobre o parasitismo. Foram testados seis tipos de alimentação para fêmeas do parasitoide: mel puro, mel a 10%, hemolinfa, hemolinfa + mel, água destilada e ausência de alimentação como resultado o mel mostrou ser o alimento mais adequado, por propiciar altos níveis de parasitismo, emergência acima de 100% e progênie total de 264,7 parasitoides. Também foi discutido o melhor tempo de exposição das pupas do hospedeiro alternativo ao parasitoide, sendo testados os tempos de 24, 48, 72 e 96 horas. Os tempos de exposição de 72 e 96 horas apresentaram maior taxa de emergência, (acima de 90%), progênie total acima de 280 parasitoides, mostrando-se os melhores tempos para fins de implementação de um sistema de criação massal. Também foi medida a influência do armazenamento do hospedeiro em baixas temperaturas sobre características biológicas do parasitoide, sendo testadas pupas armazenadas a cinco, oito, 10 e 25ºC pelos períodos de um, cinco, oito e 10 dias. Quanto ao armazenamento das pupas do hospedeiro podemos concluir que as características biológicas do parasitoide foram afetadas negativamente com o decorrer do armazenamento em todas as temperaturas. Continuando estudos sobre armazenamento se avaliaram as características biológicas de fêmeas adultas de T. diatraeae quando armazenados em baixas temperaturas de 10, 18, 22 e 25ºC, pelos períodos de armazenamento de um, cinco, oito e 10 dias; como resultado podemos perceber que o armazenamento das fêmeas adultas não resultou em diferença estatística entre as temperaturas e os períodos de armazenamento, mostrando assim que o parasitoide pode ser armazenado a baixa temperatura por diferentes períodos de armazenamento sem custos biológicos. Para medição da dispersão de T. diatraeae 50.000 parasitoides foram liberados na área central do experimento sendo as avaliações realizadas nas quatro direções cardeais (norte, sul, leste, oeste) para pupas e nas quatro direções colaterais (nordeste, noroeste, sudeste e sudoeste) para número de parasitoides nas armadilhas amarelas em cinco distâncias, em círculos concêntricos a cinco, 15, 30, 60 e 100 m. Foram recolhidas 10 pupas no solo ou presa uma armadilha amarela nos pontos de avaliação. Houve aumento do parasitismo com o aumento da distância do ponto de liberação nas distâncias acima de 30 metros, com média de 24,8%, enquanto na maior distância houve a maior taxa de parasitismo 37,9% para as pupas. Quanto ao número de insetos nas armadilhas não houve diferença estatística entre as direções colaterais sudeste e nordeste em nenhuma distância, enquanto a região sudoeste teve maior número de insetos na região sudeste. O vento se mostrou o principal fator responsável pela dispersão destes parasitoides nestas condições.