Processo identitário da Rede de Sementes Agroecológicas Bionatur: a experiência na percepção dos agricultores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Patrícia Martins da
Orientador(a): Bezerra, Antônio Jorge Amaral
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/2990
Resumo: A tese analisa o processo identitário que distingue e caracteriza uma experiência peculiar e pioneira na produção de sementes de hortaliças em sistemas agroecológicas, a Rede de Sementes Agroecológicas Bionatur, constituídas há 18 anos, por agricultores assentados na região sul do RS. Através da análise busca-se compreender o processo de diferenciação social que perpassa a trajetória evolutiva da experiência inserida ao contexto das relações de produção vigentes, suas delimitações e perspectivas. A identidade é considerada em uma perspectiva crítica rejeitando-se os tratamentos usuais essencialistas e reificadores, que buscam caracterizar as diferenças, naturalizando-as. O processo identitário é analisado a partir da percepção dos agricultores, voltando-se para a experiência em si, buscando compreendê-la a partir da própria lógica que a constitui, na dinâmica que a define e possibilita, e como a experiência se reinventa, e permanece a partir das opções realizadas, em meio a um contexto tão adverso. A abordagem visa compreender o processo identitário a partir da percepção em evolução de cinco elementos interrelacionados: (i) atores sociais, (ii) o contexto geral, (iii) o que está em disputa, (iii) normas valores e dinâmicas de convivência, (iiii) a práxis cotidiana. Foram realizadas 21 entrevistas individuais semiabertas e 6 momentos coletivos de debate. Os resultados apontam que a identidade manifesta-se em estreita relação com o contexto nos diversos elementos considerados, sendo que o processo de diferenciação social percorre a trajetória atuando na determinação da experiência e deixando evidentes as relações de poder e as fronteiras estabelecidas. As normas, valores e práticas de convivência demonstraram-se como uma fortaleza do processo identitário, correspondendo às práticas sociais desenvolvidas e incorporadas ao cotidiano da experiência. Quanto ao sistema de produção, verificou-se que a produção de sementes é percebida em integração as demais atividades produtivas, representando um modo de viver na e da agricultura. A identidade, então assume um caráter político na defesa e afirmação do que faz, e como o faz.