Sementes crioulas cuidadas por agricultores (as) camponeses (as)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Camila Raimunda Carvalho dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Agroecologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/33269
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.630
Resumo: Sementes crioulas são cultivadas e conservadas pela agricultura familiar camponesa e pelos povos e comunidades tradicionais de todo o mundo. Elas são importantes para a agroecologia, pois são mais adaptadas aos sistemas agrícolas locais e são portadoras de conhecimentos construídos e passados por gerações. A agroecologia se baseia na diversidade epistemológica existente e valoriza os conhecimentos dos (as) agricultores (as). Orientada pelos princípios da pesquisa participativa, buscou-se construir uma pesquisa contextualizada, com 19 agricultores (as) do município de Rio Pomba - MG. A dissertação foi organizada em três capítulos. O primeiro, denominado “As sementes da agricultura familiar – revisão”, objetivou compreender melhor o objeto de pesquisa (sementes crioulas) a partir da bibliografia. O segundo, denominado “Pesquisas contextualizadas: a importância das redes, dos Intercâmbios Agroecológicos e das vivências” objetivou analisar os procedimentos metodológicos utilizados para a realização de uma pesquisa contextualizada com sementes crioulas. O terceiro, denominado, “Planto porque eu gosto: por que a agricultura familiar conserva suas sementes crioulas?” Objetivou identificar percepções, conhecimentos, princípios, lógicas e dinâmicas presentes na agricultura familiar camponesa que promovem resistência ao uso exclusivo das sementes comerciais e fazem com que agricultores (as) continuem cultivando e conservando suas sementes crioulas. No segundo capítulo, dois Intercâmbios Agroecológicos e duas as vivências de dois dias na casa de dois agricultores foram realizadas. Os Intercâmbios Agroecológicos e as vivências, enquanto instrumentos pedagógicos, favoreceram a realização de pesquisas participativas e contextualizadas, pois permitiram entender parte do contexto sociocultural onde as sementes crioulas estavam inseridas e viabilizaram a discussão coletiva sobre a importância da conservação das sementes crioulas. Os Intercâmbios possibilitam a articulação entre o conhecimento científico e o popular, contribui para fortalecer a agroecologia, a agricultura familiar e o manejo da socioagrobiodiversidade. No terceiro capítulo, os Intercâmbios Agroecológicos e a entrevista semiestruturada foram utilizadas. Os dados foram organizados em quatro categorias de análise: diversidade; razões que orientam a conservação, estratégias de conservação e desafios para a conservação. Foram identificadas 148 variedades, de 43 espécies, distribuídas em 19 famílias botânicas. As sementes crioulas são conservadas pela agricultura familiar pois estão inseridas dentro de princípios como a luta por autonomia, a alimentação saudável, o não uso de agrotóxicos, a identidade com a roça, a importância da conservação e por todo valor ancestral. Os principais desafios para a conservação é a desimportância atribuída a essas sementes, o acesso e autonomia sobre a terra, o cultivo para silagem, condições climáticas e circulação das sementes. Palavras-chave: sementes crioulas; agroecologia; agricultura familiar camponesa