Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Melo, Alan Dutra de |
Orientador(a): |
Colvero, Ronaldo Bernardino |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6179
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Resumo: |
O objeto de nosso estudo parte do Clube Jaguarense, fundado em 1881, inserindo após como integrante do trabalho a Sociedade Recreação Familiar Jaguarense (1852-1881), extinta para dar lugar ao clube. A justificativa da pesquisa parte da sua importância, enquanto história e memória, da sociedade civil organizada, para realização de atividades lúdicas e recreativas em Jaguarão, da década de 1850 do século XIX até o fim do clube em 1975. A pesquisa é de caráter qualitativa, tal como configura Gray (2012), em que a preocupação está na observação e reflexão à partir de um banco de dados, composto para o estudo, com jornais dos séculos XIX e XX, entrevistas realizadas entre os anos de 2016 e 2017 e documentos do acervo da Associação Cruzeiro Jaguarense. A periodização do trabalho tem como limite o ano de 1975, quando o clube realizou a fusão com o clube de futebol Esporte Clube Cruzeiro do Sul. A pesquisa identificou a Sociedade Recreação Familiar Jaguarense, também conhecida como Bailante, no período Imperial e o Clube Jaguarense, ligado aos grupos mais tradicionais no século XIX. Destaca-se que o Jaguarense foi criado, como forma de modernização social da sociedade imperial, pela liderança de Henrique Francisco d’Ávila do Partido Liberal (Monárquico). Após a criação do Clube Jaguarense, este desenvolveu suas atividades, em oposição e complementaridade à atual Sociedade Clube Harmonia Jaguarão, que na sua gênese na penúltima década do século XIX possuía a maioria dos seus membros vinculados aos republicanos. O trabalho revelou o carnaval de 1881 como o primeiro grande carnaval de Jaguarão, com ampliação do espaço público bem como marco das disputas políticas locais, tática dos republicanos, em especial liderados por Manoel de Deus Dias,fazendo uso de 8 carros e uma banda na frente satirizando as conquistas dos liberais em suas obras públicas em andamento, assim como a realização de baile na Bailante com fantasiados, incluindo monarcas europeus com referência evidente à monarquia declinante brasileira. Cerca-se para tal análise dos conceitos de táticas e estratégias de Michel de Certeau com sua referência polemológica. O Jaguarense, logo após, é criado como estratégia em resposta a esta ação republicana. Depois, tem-se no carnaval de 1889 é selada a disputa entre os clubes locais Jaguarense e Harmonia. Assim a disputa que nasce política, permanece clubística e familiar, sobretudo no carnaval. E identifica-se o carnaval de 1921 como produto cultural, filmado para o cinema, com a presença dos primeiros turistas em Jaguarão, descobrindo – neste momento – a alta maturidade da festa. Por fim, apresenta-se um panorama das entidades mencionadas, com atividades sociais, políticas e recreativas, cujo ápice, além do carnaval, são os bailes, pode-se dizer, sob o efeito de terpsícore. Além disso, a entidade, cumpriu inúmeras vezes as funções de salão público, para eventos oficiais. E, por fim, destaca-se que o clube social, ao longo do século XX, foi perdendo a sua proeminência, devido também à opção da sociedade sul rio-grandense pelo modelo do Centro de Tradições Gaúchas (CTG), que embora complementem aos clubes em sua gênese, mais tarde, mantém maior projeção simbólica. |