Calhas com substrato de casca de arroz “in natura” e recirculação da solução nutritiva drenada: um sistema alternativo para o cultivo de minimelancia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dutra, Josiele Garcia
Orientador(a): Peil, Roberta Marins Nogueira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4960
Resumo: O sistema de cultivo e o substrato estão diretamente relacionados à absorção de solução nutritiva pelas plantas e, portanto, ao crescimento da cultura, à produtividade e à qualidade dos frutos. Este trabalho introduz o sistema de calhas preenchidas com casca de arroz in natura com recirculação da solução nutritiva drenada para a cultura da minimelancia, como alternativa ao sistema de vasos, habitualmente utilizado em ambiente protegido. Para que um novo sistema seja viável e possibilite boa produtividade e qualidade dos frutos, vários aspectos devem ser estudados, entre estes, as características físicas e químicas do substrato, a possibilidade de reutilizá-lo em cultivos sucessivos e o manejo adequado das plantas. Neste último aspecto, a forma de condução das plantas, aliada aos demais fatores, pode determinar o comportamento da cultura. O objetivo do trabalho foi estudar o efeito do sistema de cultivo e do tempo de uso sobre as alterações das características físicas do substrato de casca de arroz in natura, o crescimento das plantas, a produção e a qualidade de frutos de minimelancia cultivadas com diferentes números de hastes por planta. Dois experimentos, empregando sistemas com recirculação da solução nutritiva foram realizados em estufa plástica, localizada no Campo Didático e Experimental do Departamento de Fitotecnia, da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas. No primeiro, as plantas foram cultivadas em vasos e calhas. No segundo, foram comparados substratos de primeiro e segundo uso no cultivo em calhas. Em ambos os experimentos foi estudada a condução das plantas em uma (com densidade de 2,9 plantas/ m2) e duas hastes com densidade de 1,45 plantas/ m2). As variáveis avaliadas em ambos os experimentos foram: o número de folhas, área foliar por planta, índice de área foliar, massa fresca de frutos e total, índice de colheita, massa seca de folhas, caule, frutos e total, número de frutos, massa média de frutos, produtividade por planta e rendimento de frutos por unidade de área, teor de sólidos solúveis totais (SST), acidez titulável (ATT), e relação SST/ATT dos frutos. Também foram avaliadas as características físicas e químicas dos substratos antes e após cada um dos cultivos. Os resultados obtidos no experimento 1 indicam que o sistema de calhas teve maior impacto positivo sobre as características físicas do substrato, cuja capacidade de retenção de água (CRA) passou do valor inicial de 7,9% para 15,6% ao final, enquanto que nos vasos se elevou a 11,2%. O sistema de cultivo em calhas não afetou a produção e distribuição de biomassa das plantas em relação ao cultivo em vasos, ambos sistemas não afetaram a produtividade, com média de 8 Kg m-2, e a qualidade dos frutos. As plantas de duas hastes apresentaram maior produção de massa seca, e maior produção de frutos (4,2 Kg planta-1), com maior conteúdo de sólidos solúveis totais (SST; 11,4oBrix), ainda que sem efeito sobre o peso médio de frutos, porém não superaram o crescimento por unidade de área das plantas de uma haste, que também tiveram maior número (7,3 frutos m-2) e produção de frutos (9,7 Kg m-2) por m2. No experimento 2, o substrato de 2º uso apresentou maior CRA (12,4%) que o substrato novo (9,9%) e afetou negativamente a produção de biomassa das plantas, com redução da ordem de 184% em relação ao substrato de 2º uso, bem como a partição de massa seca destinada aos frutos teve redução na ordem de 30%. O substrato de 2º uso proporcionou melhores resultados de produtividade e qualidade para a maioria das variáveis estudadas, obtendo-se 5,9 frutos e 5,3 Kg m-2, com SST de 10,5oBrix. No experimento 1, a partição de massa seca destinada aos frutos foi de 74,9%, já no experimento 2, a proporção de massa seca destinada aos frutos foi de em, média, de 63,3%. As plantas de duas hastes tiveram resultados melhores de peso médio de frutos e, consequentemente, de produção por planta do que as plantas de uma haste, sem efeitos sobre o número de frutos planta-1, o rendimento por m2 e a qualidade. A partir dos resultados obtidos em ambos os experimentos, é possível concluir que plantas de minimelancia apresentam igual produção e partição de biomassa tanto no cultivo em vasos como em calhas. Ambos sistemas de cultivo afetam positivamente as características físicas da casca de arroz in natura, porém no sistema de calhas este efeito é superior. O tempo de uso beneficia a produção e distribuição de fotoassimilados para os frutos, e melhora as características físicas da casca de arroz in natura. A condutividade elétrica (CE) do substrato permaneceu baixa mesmo após dois cultivos. O crescimento e a produção de uma planta com duas hastes é inferior à de duas plantas de haste única, porém a partição de biomassa para os frutos não é afetada pelo número de hastes das plantas.