Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Osorio, Lisandra Berni |
Orientador(a): |
Garcia, Maria Manuela Alves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14434
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Resumo: |
As cartografias da vida na universidade emergem da necessidade de um corpo que se põe a caminhar na latitude das vivências acadêmicas, na longitude daquilo que as potencializam, peregrinando na superfície epidérmica do adoecimento (psíquico) que vem aumentando de forma significativa nos últimos anos. Recrudescimento este, o qual é observado pela pesquisadora desde sua inserção como psicóloga na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 2010. Ela caminha atentamente pelos possíveis impactos que as políticas de expansão e as novas formas de ingresso no Ensino Superior tenham sobre os modos de existências, no chão dos relevos criados pelas diferenças advindas daí. Percorre alguns estudos sobre a saúde mental dos universitários, os quais delineiam os sintomas de ansiedade e depressão como preponderantes, favorecendo o baixo desempenho acadêmico e a exclusão dos seus corpos. Ao naufragarem num novo ambiente educacional, os estudantes veem-se muitas vezes desamparados e invisíveis naquilo que sentem, não bastando que se adaptem passivamente às normas institucionais, é preciso que eles sintam-se partícipes do processo de suas formações, ativamente. Dessa forma, a presente investigação articula o cuidado de si (foucaultiano) como prática de liberdade, que enseja uma estética da existência como uma obra de arte (nietzscheana), não para a bela forma, mas para formas belas de pensar e sentir em composição (spinozista), por meio daquilo que os agentes educacionais afetam e são afetados, e, em ato, podem conhecer e transformar a si mesmos e suas relações com o mundo. Ao problematizar a saúde como objeto politicamente relevante para pensar práticas clínicas na ambiência acadêmica, a pesquisadora percebe as im.permanências estudantis comparecendo nas salas de aulas, bem como as docências vendo-se compelidas a dirimir as dificuldades emocionais que por estas são mobilizadas. Por isso o objetivo desta Tese é: Cartografar linhas de sensibilidades e subjetivações da vida na universidade para extrair daí condições de possibilidades para pensar uma Clínica em composição com o Cuidado de Si na Travessia dos Afetos, com vistas a uma Saúde Inventiva. Na medida em que tal intenção de pesquisa convoca o acompanhar de processos, é adotado o procedimento cartográfico nas sendas deleuze-guattarianas. Logo, é erigido como desenho metodológico a trilogia trajetos-afetos-devir, na qual atuam a força dos encontros, tanto dos rastros deixados pelas escrileituras de alunos que participaram da Dissertação da autora (OSORIO, 2016), quanto dos ditos&escritos empreendidos, sobretudo, por meio de cartas que foram escritas pelos participantes desta Tese. Na intenção de investigar as forças e as fragilidades que influenciam aos estudantes a concluírem suas graduações, a pesquisadora desenvolve, presencialmente, um encontro com formandos (2022/1) bolsistas da PRAE, e, virtualmente, um Inventário sobre aspectos de suas condições de saúde. Como a vida acadêmica é feita de relações, a pesquisa inclui docentes, por meio de dois encontros presenciais, para, assim, traçar um plano comum com o campo problemático. As linhas de escrita deste trabalho fazem rizoma com as linhas de vulnerabilidades que exigem linhas de invenção de si em caleidoscópicas subjetivações estudantis, metamorfoses docentes e práticas de si. Em composições com filosofias, psicanálises e artes, as linhas também musicalizam experimentações que convocam um movimento bricoleur em ritornelos, numa tentativa de se distanciar de pensamentos normativos. Assim, a seguinte Tese é agenciada: A abertura de espaços coletivos na universidade, pode, por meio dos encontros, convocar seus agentes a uma saúde inventiva que caminhe em meio à obra de uma vida, na composição dos singulares modos de ser e estar, esculpindo no cuidado de si, o conhecimento: Afeto mais potente! Nessa direção, saúde, cuidado e conhecimento afetivo, acionam uma ética em um gesto micropolítico e fazem mapas com uma Clínica Möebius. |