Silenciosos gritos por entre as grades e as ruas: escrita e invenções de si no centro de ressocialização masculino de Rio Claro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nascimento, Rafael Caetano do [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151689
Resumo: A presente pesquisa investiga as possibilidades e potências da prática da escrita realizada em um contexto de privação da liberdade. Entende-se essa escrita como um modo de produção de si mesmo por entre os poderes institucionais, portanto, na experiência do escrever, uma subjetividade em formação constante que produz sentidos enquanto narra a vida. O objetivo é acompanhar, fazer aparecer e apresentar movimentos de singularidades, resistência e formação de subjetividades pela experiência da escrita com reeducandos do Centro de Ressocialização Masculino de Rio Claro (CR). Para isso são utilizados os procedimentos metodológicos da cartografia. Tendo como horizonte teórico as contribuições de Baratta, Bauman, Foucault e Wacquant, é feita uma contextualização do sistema prisional como local de aprisionamento da pobreza, da disciplina ostensiva e reformativa sobre o indivíduo, em um cenário marcado pela globalização, assim como o lugar que o CR ocupa em tudo isso. Para uma perspectiva da escrita há contribuições teóricas na linha de autores como Deleuze e Foucault. Para produção e captação do material de pesquisa, foram realizadas oficinas com encontros semanais de duas horas de duração dentro do CR de modo a permitir um momento de troca de escritas, experiências e pensamentos em torno da vida encarcerada e da escrita. As oficinas se constituiram como momentos de conversa onde o mundo de fora e o de dentro estabeleceram interlocuções e momentos de criações. A escrita aparece como uma prática que abre a vida sufocada pelo poder institucional. Em seu fazer, cria momentos de invenção consigo por entre o tempo gradeado da prisão e permite, por vezes, a fuga ao poder disciplinar e, quase sempre, a resistência.