Experiências formativas e a constituição de subjetividades de militantes lésbicas em Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CARVALHO, Anahi Bezerra de
Orientador(a): OLIVEIRA, Anna Luiza Araújo Ramos Martins de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30460
Resumo: Ao lançarmos o olhar sobre a trajetória dos movimentos lésbicos, podemos perceber os vãos históricos resultantes de uma herança simbólica de desvalorização do feminino, de exclusão das mulheres do campo público e da "ocultação" das relações afetivo-sexuais entre elas. Os movimentos lésbicos se configuram enquanto espaços de desconstrução da "mulher" como categoria unívoca e homogênea, denunciando práticas opressivas através da visibilidade política destas mulheres, interseccionando temas como gênero, raça e orientação sexual. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a dimensão formativa dos movimentos lésbicos na vida de suas militantes. Toma a experiência como constitutiva da subjetividade e parte do princípio que a subversão da estabilidade do discurso heteronormativo e patriarcal, promovida pelos movimentos lésbicos, possibilita uma rachadura no processo hegemônico de normalização dos sujeitos. O corpus foi constituído por cinco entrevistas narrativas individuais, com apoio de álbum fotográfico, com militantes de movimentos sociais lésbicos de Pernambuco. A escolha das entrevistadas priorizou o princípio da heterogeneidade: militantes de movimentos sociais lésbicos de Recife e região metropolitana, com diferentes idades, etnias, religiões e filiadas a distintos coletivos. Percebemos que o movimento lésbico em Pernambuco é marcado pela pluralidade de perspectivas políticas, teóricas, bandeiras e conflitos. O contexto histórico e as experiências de suas militantes forçam os coletivos a rearticularem seus discursos na tentativa, sempre inacabada, de subverter as diferenças e promover a emergência de demandas equivalenciais. Mesmo se ramificando a partir de temas como saúde, direitos humanos e LGBT, direitos sexuais e reprodutivos, raça e etnia entre outros, tem pontos de articulação, principalmente em torno do enfrentamento à violência de gênero (especialmente a lesbofobia) e da defesa da diversidade sexual. São férteis terrenos discursivos que possibilitam o encontro e desencontro de suas militantes, agindo sobre seus modos de ser, onde as experiências vivenciadas pelas lésbicas se configuram como processos de (re)significação de si.