“Em papel carbono e barbante” : currículo, normatividade e agência a partir de experiências escolares de jovens lésbicas
Ano de defesa: | 2018 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33612 |
Resumo: | Tomando a educação escolar enquanto espaço-tempo híbrido de produção de subjetividades, este estudo teve como objetivo compreender as narrativas sobre experiências escolares de jovens lésbicas. Norteiam a pesquisa os seguintes questionamentos: como a escola tem lidado com as estudantes lésbicas? Que estratégias de vigilância e controle das sexualidades essa instituição tem implementado em seu cotidiano em relação a essas jovens? Que políticas de agência as estudantes lésbicas desenvolvem para lidar com os mecanismos de controle e abjeção na escola? Como a presença dessas estudantes atravessa e modifica a produção de sentidos sobre gênero e sexualidade no currículo escolar? O recorte empírico envolveu um corpus constituído por entrevistas com jovens mulheres na faixa etária entre 18 e 20 anos, que possuem relacionamento afetivo-sexual com outras mulheres, residentes de Recife e Regiões Metropolitanas. A análise do corpus pautou-se num diálogo com a crítica pós-estruturalista, que se apresenta como uma lógica problematizadora das relações de poder em relação às subjetividades marginalizadas. Para essa perspectiva, a realidade social é construída a partir das relações discursivas, sempre de maneira contingente e temporal. Foi possível perceber que omundo social da escola é uma arena em constante disputa de significados sobre gênero esexualidade. Essa produção de sentidos, ainda emana fortemente de uma matriz heterossexuale cisnormativa, evidentemente hegemônica a fim de produzir umaestabilização/correspondência entre sexo, gênero e sexualidade. Espera-se de um corpofeminino uma identidade feminina e um desejo sexual-afetivo pelo não-feminino. Mas, se asnormas delineiam estratégias de padronização de corpos e desejos, a partir dela também setecem fios precários de vidas vivíveis, que sinalizam saberes e vivências alternativas. Asexperiências narradas pelas jovens lésbicas despontam a escola como espaço-tempo depráticas ambivalentes. Mesmo que ainda percebidas e tratadas como abjetas, suas existênciasrevelam as fissuras da estrutura discursiva cis-heteronormativa e, ao mesmo tempo, costuramcaminhos (im)prováveis de vida escolar para estudantes LGBT, deslocando sentidos sobregênero e sexualidades no currículo escolar. |