Uso perinatal de dieta hiperlipídica e inibição neonatal da recaptação de serotonina : investigações histomorfológicas e do comportamento semelhante à ansiedade em prole de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SILVA, Luana Olegário da
Orientador(a): GALINDO, Lígia Cristina Monteiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao, Atividade Fisica e Plasticidade Fenotipica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39159
Resumo: O consumo perinatal de dieta hiperlipídica/hipercalórica (DHH) tem sido associado a alterações na disponibilidade sináptica de serotonina (5-HT) e/ou expressão de seus receptores. O sistema serotoninérgico possui gênese precoce, sendo responsável pelas modulações da homeostase energética e dos comportamentos emocionais. Em contrapartida, o aumento da disponibilidade sináptica de 5-HT através do uso de inibidores seletivos da recaptação, pode alterar a expressão fenotípica de características morfofisiológicas e comportamentais. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi investigar se o uso neonatal de fluoxetina atenua os efeitos deletérios da administração perinatal de DHH sobre o comportamento semelhante à ansiedade e caraterização adipocitária em prole de ratos. Ratas Wistar receberam dieta controle ou DHH durante a gestação e lactação. Ao nascimento, quatro subgrupos experimentais foram formados randomicamente: dieta controle + salina (C-S), dieta controle + fluoxetina (C-F), DHH + salina (DHH-S) e DHH+ fluoxetina (DHH-F). A intervenção farmacológica ocorreu do 1 ao 21º dia pós-natal (DPN), por via subcutânea e as análises relacionadas à composição corporal, comportamento semelhante à ansiedade, bem como a caracterização do perfil lipídico e histomorfometria do tecido adiposo branco (TAB) ocorreram aos 30 e 60 dias de vida. Os resultados demonstraram que mesmo com ausência de diferenças no peso corporal das nutrizes (p=0.44), o consumo perinatal de DHH promoveu hiperglicemia (p=0.04), hipertrigliceridemia (p=0.04), diminuição dos níveis séricos de HDL (p=0.0001) e maior acúmulo de tecido adiposo branco (TAB) abdominal total (p=0.01). O efeito do maior aporte calórico na fase perinatal foi observado na prole no grupo DHH-S, que apresentou maior peso corporal na lactação (p=0.01), bem como maior acúmulo de TAB abdominal total (p=0.01). Em relação ao uso neonatal de fluoxetina, especificamente no grupo DHH-F, houve menor peso corporal neonatal (p=0.01), aos 30 (p=0.01) e 60 dias (p=0.01) de vida, além de menores pesos absoluto (p=0.03) e relativo (p=0.001) de TAB retroperitoneal (p=0.01), menor peso absoluto de TAB mesentérico (p=0.04), além de diminuição dos pesos absoluto (p=0.002) e relativo de TAB abdominal total (p=0.001) na prole jovem. Foi observado ainda nos animais aos 30 dias de vida, níveis séricos menores de triglicerídeos (p=0.002) e maior hiperatividade no campo aberto, a partir da maior distância percorrida (p=0.005) e menor tempo imóvel (p=0.01). Aos 60 dias de vida, foi observado no mesmo grupo menores pesos absolutos de TAB retroperitoneal (p=0.01) e perirenal (p=0.01), aumento dos níveis séricos de HDL (p=0.008) e diminuição da hiperatividade a partir da redução da distância percorrida (p=0.02). Em conclusão, o uso neonatal de fluoxetina atenuou os efeitos deletérios do consumo perinatal de dieta hiperlipídica/hipercalórica, promovendo redução no peso corporal e no acúmulo de TAB, bem como a melhora do perfil lipídico, além da modulação da hiperatividade.