Efeitos da inibição neonatal da recaptação de serotonina sobre vias hipotalâmicas envolvidas no controle do comportamento alimentar em prole de ratos submetida à dieta hiperlipídica-hipercalórica materna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Regina Katiuska Bezerra da
Orientador(a): GALINDO, Lígia Cristina Monteiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao, Atividade Fisica e Plasticidade Fenotipica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40397
Resumo: A exposição materna à dieta hiperlipídica/hipercalórica (DHH) durante a gestação e lactação está associada à redução de conteúdo de serotonina e prejuízo aos circuitos neuronais hipotalâmicos em prole adulta de ratos. Por outro lado, o aumento da disponibilidade sináptica de serotonina pela sua inibição farmacológica neonatal, através da fluoxetina, parece gerar efeitos sobre a expressão fenotípica da ingestão alimentar e componentes centrais de controle do balanço energético em prole de ratos. O objetivo desse estudo foi investigar os efeitos da inibição neonatal da recaptação da serotonina (INRS) sobre o comportamento alimentar e a expressão proteica hipotalâmicas em prole de ratos adultos provindos de nutrizes alimentadas com DHH durante gestação e lactação. Ratas Wistar foram divididas aleatoriamente em dois grupos experimentais, segundo o tipo de dieta recebida durante a gestação e lactação: Grupo Dieta Controle (C, 3,11 kcal/g; 4,5% kcal de lipídeos) e Grupo DHH (4,62 kcal/g; 51,0% kcal de lipídeos). Do 1° ao 21° dia pós-natal (DPN), cada ninhada foi ajustada para 8 neonatos, onde metade dos filhotes foi tratada com salina estéril (10μl/g) e outra metade com fluoxetina (10mg/kg; 10μl/g, s.c), constituindo os seguintes subgrupos: Dieta Controle + Salina (C-S, n=13); Dieta Controle + Fluoxetina (C-F, n=12); DHH + Salina (DHH-S, n=14) e DHH + Fluoxetina (DHH-F, n=14). O n corresponde ao número de ninhadas. No 55º DPN, o consumo alimentar diário (CAD) foi avaliado por 3 dias consecutivos. No 60º DPN, um conjunto de animais realizou a Sequência Comportamental de Saciedade (SCS). Na mesma idade, um outro conjunto de animais foi eutanasiado por decapitação e os hipotálamos foram armazenados para posterior análise molecular. No 10° DPN, o grupo C-F apresentou menor peso corporal que o grupo C-S e o grupo DHH-F apresentou menor peso corporal que o grupo DHH-S. Do 19° ao 21° DPN, o grupo C-S apresentou menor peso corporal que o grupo DHH-S e o grupo C-F apresentou menor peso corporal em relação ao grupo DHH-F. Aos 30 e 60 dias, o grupo C-F apresentou menor peso corporal que o grupo C-S e o grupo DHH-F apresentou menor peso corporal que o grupo DHH-S. O peso dos encéfalos do grupo C-F foi maior que no grupo C-S. Em termos de CAD, o grupo C-F apresentou maior consumo calórico relativo em relação ao grupo C-S e o grupo DHH-F apresentou menor consumo calórico relativo que o grupo C-F. A SCS demonstrou que o grupo C-F apresentou um atraso no ponto de saciedade em relação ao grupo C-S e o grupo DHH-F apresentou atraso no ponto de saciedade em relação ao grupo DHH-S. O grupo DHH-F apresentou maior taxa de alimentação que o grupo C-F. O uso perinatal de DHH atrasou o ponto de saciedade na SCS e a INRS não reverteu essa alteração. No entanto, a intervenção farmacológica neonatal foi capaz de promover menor peso corporal desde a lactação até a vida adulta, mesmo diante de dieta com alto teor energético. Adicionalmente, os resultados demonstram interação da dieta sobre a expressão da proteína ERK1/2 e tendência aos efeitos da intervenção farmacológica sobre a expressão de IRS-1 hipotalâmica. Estes resultados ampliam o conhecimento da manipulação farmacológica e nutricional durante o início da vida sobre o comportamento alimentar e a expressão proteica hipotalâmica associada à via das melanocortinas em prole adulta jovem.