Riso, ironia e morte: um estudo de As intermitências da morte de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: BARROS, Mahely Florenço
Orientador(a): HOLANDA, Lourival
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11518
Resumo: O presente estudo tem como objetivo verificar o processo de ficcionalização da morte no romance As Intermitências da Morte (2005), de José Saramago. O tema é problematizado a partir de uma perspectiva dupla, já que toda a estrutura da obra revela esse caráter especular, que é mesmo da própria literatura: real/sobrenatural, ironia/linguagem e morte/vida. Assim, a questão da construção do discurso ficcional será discutida primeiramente pelo viés (a) do enriquecimento do real pelo sobrenatural presente no modo de narração neofantástico, subsidiado pelo conceito de sobrenatural de tradição; (b) em seguida, pela perspectiva irônica da narrativa que desvela os seus procedimentos ficcionais e avalia sua própria linguagem e realidade artística; e também, como consequente desta, o humor que esse confronto provoca; (c) decorrente do caráter pragmático da fábula, observaremos como Saramago recria ficcionalmente o vazio da representação da morte na sociedade contemporânea, na primeira parte do romance; e, na segunda parte, como os limites entre a vida e a morte resgatam o valor de voltar-se para si mesmo no confronto com o eterno abismo, sendo este a perda que fundamenta a experiência mesma do homem e do artista.