“Áreas de risco” e problemáticas socioambientais : uma reflexão sobre a produção e apropriação do espaço urbano em Campina Grande (PB)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ARAÚJO, Caline Mendes de
Orientador(a): MAIA, Doralice Sátyro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36813
Resumo: O processo de produção e apropriação do espaço urbano envolve escalas, agentes, interesses, dinâmicas e contextos diversos. Tal processo, via agentes produtores do espaço, é também gerador e mantenedor de diversos tipos de desigualdades. A pesquisa tem como principal objetivo revelar o papel do Estado e dos promotores imobiliários no processo de produção/manutenção dos espaços autoconstruídos que são alvo de problemáticas socioambientais (áreas de risco) da cidade de Campina Grande – PB. A investigação parte da ideia de que as áreas de risco vão além da sua concepção enquanto fenômenos hegemonicamente naturais. A análise trata das dinâmicas de produção/apropriação do espaço pelas classes sociais de maior renda, por um lado, e pelos grupos sociais mais pobres, por outro, correlacionando duas facetas de uma mesma realidade, à luz da discussão sobre moradia. Verificou-se que os grupos sociais excluídos e os fenômenos/elementos da natureza têm sido culpabilizados (no âmbito da academia, do Estado, da mídia), de maneira infundada, tanto pela origem como pela manutenção das áreas de risco e pela ocorrência de processos como os desastres e os riscos, tão insistentemente generalizados como “naturais”. A abordagem de outras temáticas, como riscos e vulnerabilidades, também faz parte do estudo. A pesquisa tem um caráter explicativo/analítico, e constitui-se como um estudo de caso das áreas de risco da cidade de Campina Grande, sendo ainda uma pesquisa de cunho bibliográfico e documental. Conclui-se, com a investigação, que as áreas de risco não são somente o resultado de processos naturais ou da ação dos pobres no espaço urbano, mas realidades provenientes da atuação de outros agentes produtores do espaço mediatizados por diversos interesses capitalistas que, com frequência, intensificam processos como a produção e a precarização de espaços mais pobres, constituindo uma realidade contraditória, desigual e perversa.