Práticas avaliativas de estudantes-professoras: desenvolvimento da profissionalidade e profissionalismo a partir dos contextos de influência presentes no cotidiano escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: GONÇALVES, Crislainy de Lira
Orientador(a): ALMEIDA, Lucinalva Andrade Ataide de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25323
Resumo: A avaliação da aprendizagem tem se apresentado historicamente como um campo complexo, no qual diversos sentidos e concepções disputam espaço na formação profissional e nas práticas dos professores. A despeito disto, compreendemos que estas disputas não são determinantes. Assim, esta pesquisa nasce do seguinte questionamento: Como se dá na elaboração e vivência das práticas avaliativas de estudantes-professoras o desenvolvimento do profissionalismo e da profissionalidade docente? Norteadas por esta questão, analisamos através do movimento de influências pessoais/formativas/profissionais o desenvolvimento profissional de estudantes-professoras através dos processos de autonomia que vivenciam para a elaboração dos instrumentos de avaliação, para a tomada de decisões e criação de táticas embasadas por saberes-fazeres que apontam o caráter profissional das práticas avaliativas. Nestas práticas, buscamos identificar os sentidos de avaliação que perpassam a elaboração dos instrumentos e o desenvolvimento das avaliações formais e também informais que se realizam no cotidiano da sala de aula. Nossos objetivos foram subsidiados pela análise dos sentidos de avaliação e prática avaliativa que emergiram das produções acadêmicas publicadas entre 2004 – 2014 no ENDIPE, EPENN, BTD – UFPE e na ANPEd, e pelos estudos teóricos de autores do campo da Avaliação: Méndez (2002), Freitas (2009), Fernandes (2011); da Sociologia das Profissões, para tratar da Profissionalidade e do Profissionalismo: Gonçalves (2007), Freidson, (1998); Bourdoncle (1991); do Cotidiano: Certeau (2014); e do Ciclo de Políticas: Ball (2011). Nosso percurso metodológico foi realizado através de análise documental dos trabalhos publicados pelos eventos acadêmicos citados; de entrevista-semiestruturada na intenção de traçar um perfil autobiográfico das estudantes-professoras que nos possibilitasse conhecer os contextos que influenciam as práticas avaliativas que desenvolvem; e de observações sistemáticas das aulas, nas quais utilizamos o diário de campo para registrar como se dá na elaboração dos instrumentos de avaliação e nas práticas avaliativas o desenvolvimento profissional. Ancoradas na Análise do Discurso (ORLANDI, 2005; 2012), analisamos a partir da dupla posição discursiva de nossos sujeitos os sentidos de avaliação que emergiram de suas práticas, como também o interdiscurso que nelas está presente e que as coloca em um movimento discursivo que rememora a avaliação e as práticas avaliativas que foram historicamente construídas. Assim, analisamos que as práticas avaliativas das estudantes-professoras estão fundadas também em um movimento interdiscursivo que traz à tona o debate sobre a profissionalização da docência, já que as práticas observadas foram marcadas por tentativas de controle. Apesar destas tentativas, também observamos que as estudantes-professoras se valem de saberes que as habilitam a vivenciar uma autonomia que embora relativa, é capaz de provocar mudanças significativas no cotidiano que lhes é dado. Desta forma, ao desenvolverem as práticas avaliativas, as estudantes-professoras demostraram construir táticas que indicam um saber-fazer e um poder-fazer, o que aponta para o desenvolvimento da profissionalidade e profissionalismo, que, pelo que analisamos, se dá a partir do movimento entre os campos de formação e atuação profissional, sendo ainda influenciado pelos contextos e experiências pessoais de cada sujeito.