Família e homoparentalidade: o que pensam as crianças?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: BORGES NETO, Pedro Pinheiro
Orientador(a): PEDROSA, Maria Isabel Patrício de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18748
Resumo: As crianças têm sido postas no centro do debate sobre a homoparentalidade, porém não lhes é dada a possibilidade de expor o que pensam. Surge o interesse de investigá-las, pressupondo que elas produzem significados acerca da realidade e que suas construções se dão na interação social, em contexto cultural. Assim, propomo-nos a ouvi-las. Participaram da pesquisa 32 crianças (17 meninos e 15 meninas) na faixa etária de 4 a 6 anos que frequentavam um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) na cidade de Recife-PE, as quais formaram grupos de conversa, utilizando-se como “gatilho” a realização de um desenho de família, a apresentação da imagem de uma família homoparental, bem como a história infantil “And Tango makes three”, que fala sobre dois pinguins machos que adotam Tango, um pinguim neném. Os grupos de conversa (dez trios e uma dupla) foram videogravadas, totalizando 6 horas, 12 minutos e 23 segundos de registro, tendo cada grupo média de duração de 28 minutos e 36 segundos. Os resultados apontam que as principais significações definidoras de família para as crianças são a afetividade, a universalidade (todos têm família), as relações de parentesco, a flexibilidade dos papéis familiares (diferentes pessoas podem ocupar um mesmo papel), o encontro e a proximidade. Em princípio, nenhuma dessas significações colocaria em xeque o status de família da configuração homoparental; duas outras, entretanto, colocariam-no: o gênero, como regra delimitadora do exercício de determinados papéis familiares; e a compreensão da família, como modelo específico a ser seguido (“pai, mãe e filhos”). Em sua maioria, as crianças percebiam o ambiente formado por um casal homoafetivo como feliz e seguro para o desenvolvimento de um filho. Porém, seu status de família e, até mesmo, de parentalidade eram questionados pelas crianças.