“Afinal, o que é cuidar bem de uma criança”: percepções de pais e avós no contexto da homoparentalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Diniz, Thaiane Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15774
Resumo: A experiência de cuidado infantil é constelada por sentidos diversos na contemporaneidade, tendo em vista as modificações nas configurações familiares e as novas temáticas sobre cuidado infantil. Dentre estas novas formas de ser família, a família homoparental enfrenta o desafio de constituir-se em um contexto social e cultural desfavorável em virtude do preconceito contra a homossexualidade. Neste sentido, o apoio da família de origem consiste em um fator protetivo para essas famílias, tendo se observado uma tendência ao estreitamento dos vínculos e participação mais ativa dos avós no cuidado infantil. Buscando compreender, a partir da experiência vivida, o que avós heterossexuais, pais e mães homoafetivos consideram ser necessário para cuidar de uma criança, convidamos quatro casais homoafetivos com filhos, assim como seus próprios pais (avós das crianças) para participar da pesquisa. Foi realizada uma única entrevista com cada casal de pais separadamente dos avôs e avós que colaboraram, totalizando 16 participantes. Conduzimos uma pesquisa qualitativa psicanalítica, contando com a Narrativa Interativa (NI) como recurso facilitador da expressão afetivo-emocional dos participantes acerca da questão de pesquisa. Os encontros foram registrados sob a forma de Narrativas Transferenciais (NT) e o material narrativo produzido (NI e NT) permitiu o criar/encontrar de três campos de sentidos afetivo-emocionais que constelam a experiência parental acerca do cuidado infantil: “O cuidado suficientemente bom”, “Tecendo uma rede pessoal de cuidados” e “Não dá pra te dizer que é normal, porque não é”. Os achados de nossa pesquisa sugerem que o cuidado infantil baseia-se no vínculo afetivo estabelecido entre a criança e seu cuidador e a disponibilidade deste adaptar-se às necessidades da criança, não estando, portanto, vinculado ao gênero do cuidador, nem determinado pelo vinculo biológico entre pais e filhos, o que permite explorar novas possibilidades de cuidado parental que facilitem a saúde e o bem estar infantil.