Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Cristina Emerenciano Alcoforado Fonsêca, Ana |
Orientador(a): |
de Araújo Menezes-Santos, Jaileila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8457
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Resumo: |
Este trabalho de pesquisa teve como objetivos investigar, na Rede Pública Municipal de Ensino de Olinda, a presença do mal-estar na educação e seus fatores produtores; identificar a interferência deste quadro na produção do mal-estar docente, bem como analisar o posicionamento subjetivo dos professores diante desse mal-estar. Nosso foco central foi o professor do Ensino Fundamental. Foram entrevistados 15 docentes, de 06 escolas da rede pública. Os sintomas que decorrem do quadro de mal-estar na educação, constituindo o mal-estar docente, bem como os posicionamentos subjetivos assumidos pelos professores foram analisados com base em conceitos psicanalíticos, referencial teórico deste trabalho. A pesquisa utilizou o método de análise de conteúdo para analisar o material colhido. A análise dos depoimentos obtidos permitiu identificar, na rede pública municipal, a presença do mal-estar na educação e a interferência deste na produção do mal-estar docente. Dentre os fatores produtores do mal-estar na educação, referidos na literatura, encontramos: ausência de recursos materiais, condições de trabalho desfavoráveis, violência, acumulação de exigências sobre o professor, modificação no papel do professor, modificação do apoio do contexto social ao professor e modificações na imagem do professor. No tocante aos sintomas que constituem o mal-estar docente, e que foram identificados neste estudo, estão: sentimento de desajustamento e insatisfação; angústia, estresse e sintomas físicos. Diante desse quadro, analisamos posicionamentos subjetivos, distintos, assumidos pelos docentes: 1) opção de desistência da profissão, se encontrar opções seguras; 2) permanência na profissão sem implicação subjetiva, sem investimento e com queixas dos alunos e do sistema educacional; 3) permanência na profissão resistindo às dificuldades com iniciativas produtivas (formação, projetos). A revisão da literatura permitiu observar que o quadro do mal-estar na educação, existente em vários países, configura-se no município de Olinda e tem raízes culturais, econômicas e políticas. Dentre as raízes culturais deste mal-estar, destacamos a crise da autoridade e a quebra do pacto civilizatório. Para compreender os fatores econômicos e políticos, procedeu-se a um resgate histórico da constituição da profissão docente e da organização do Ensino Fundamental no país, em bibliografia específica e no depoimento de sindicalistas, com amplo percurso no âmbito municipal e nacional. Do procedimento de análise efetivado foi possível compreender que as diferentes posições assumidas pelos professores permitem inferir que outros fatores estão presentes no seu posicionamento, inclusive a estruturação psíquica de cada um deles. Para enfrentamento do mal-estar docente, este trabalho propõe que os professores sejam escutados por profissionais de orientação psicanalítica, a exemplo do que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Apoio Psicossocial ao Professor e à Escola, no município de Olinda. Ademais, outros fatores contribuirão para o enfrentamento do mal-estar na educação, a saber: a efetivação das políticas públicas do piso salarial nacional, das modificações nos currículos dos cursos de formação de professores, do acesso por meio de concurso público e das exigências de qualificação mínima da graduação para o exercício da docência, que já estão se tornando realidade em nosso país |