A fascinação pelo resto: o mal-estar na tecnociência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pinheiro, Rafael Lobato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/97149
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar o discurso tecnocientífico e seus efeitos sobre o sujeito a partir da noção de resto. Apoiado na leitura do mal-estar na Modernidade em Freud e Lacan, este trabalho voltou-se para a investigação do mal-estar na atualidade analisando criticamente os esforços tecnocientíficos em produzir uma resolução técnica ao mal-estar do homem e de sua cultura. Para tanto, utilizou-se o resto como uma referência que expressa a radicalidade do mal-estar inerente ao sujeito por habitar o campo da linguagem, inserido na cultura. A relação entre tecnociência e resto foi abordada em três dimensões: A primeira dimensão introduz o resto e sua importância para compreensão da constituição do sujeito e seu inescapável encontro com a angústia. Foi destacado o caráter impossível da satisfação pulsional como fato de estrutura do sujeito. A segunda dimensão apresenta o resto evidenciando o impossível da pulsão no campo da cultura, ou seja, no laço social. A teoria dos discursos de Lacan foi apresentada como fundamento para a apresentação e análise do discurso tecnocientífico e o modo como ele opera com o resto no discurso social. A terceira dimensão lança a hipótese central deste estudo ao questionar a tecnociencia como discurso e suas armadilhas subjetivas para o sujeito e sua cultura. Afirmou-se que a tecnociencia sugere que o impossível encontra-se ao alcance do sujeito desarticulando sua relação fantasmática com o Saber e a Verdade e que, o efeito subjetivo é a fascinação pelo resto, índice do impossível da satisfação pulsional. Concluiu-se que tal fascinação é da ordem de uma sideração de modo que o discurso tecnocientífico incide sobre a disposição narcísica do Eu oferecendo ao sujeito apreender o resto e eliminar o mal-estar inerente à sua condição de ser da linguagem. Dessa forma, o objeto a como resto deixa então de ser fator de causação do desejo para se tornar pólo de fascinação num constante empuxo à pulsão de morte. Como resultado dessa articulação, o novo homem que pode emergir é alguém visitado constantemente por esta parte residual que, em não se deixar apreender gera uma verdadeira fascinação lançando o sujeito numa posição melancolizada. Palavras-chave: psicanálise, resto, mal-estar, tecnociência, discurso.