Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA, Iêda de Oliveira
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Orientador(a): |
KOTSCHOUBEY, Basile
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11823
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Resumo: |
As ocorrências de cristal de rocha da região de Xambioá, localizada na porção setentrional do Cinturão Araguaia, estão associadas principalmente a quartzitos da base da Formação Morro do Campo e a micaxistos da Formação Xambioá, ambas do Grupo Estrondo, do Proterozóico Superior. O cristal de rocha ocorre sobretudo na forma de bolsões irregulares e distribuídos aleatoriamente dentro de veios de quartzo leitoso a translúcido acinzentado. O veio a cristal de rocha do Garimpo da Lagoa ocorre encaixado em biotita — xistos da Formação Xambioá, apresenta direção geral submeridiana com espessura de até 5 m. O estudo petrográfico e microtermométrico deste veio revelou a presença de dois tipos de fluidos: 1) fluido aquo — carbônico supersaturado em inclusões pseudo — secundárias, contendo até 4 fases sólidas e 2) fluido aquoso de salinidade muito baixa a elevada. em inclusões secundárias, As IF aquo — carbônicas contêm CO, quase puro, com traços de N; fato provavelmente decorrente da presença na região de rochas carbonáticas e de xistos grafitosos,. A grande maioria das IF sofreu crepitação antes de atingir a Th. Mesmo assim, a temperatura mínima de aprisionamento nas IF foi estimada em 550 a 600º C. Estes fluidos seriam basicamente de origem metamórfica profunda mostrando, no entanto, uma forte contribuição de solução de origem magmática. Os fluidos aquosos foram encontrados em IF trifásicas (supersaturadas), bifásicas e monofásicas. As soluções contidas nas IF trifásicas revelaram uma salinidade de 30 a 40 % em peso de NaCl e uma temperatura mínima de aprisionamento entre + 182 e + 321º C. Teriam sido injetadas após os fluidos aquo - carbônicos e seriam de origem essencialmente magmática. Referente aos fluidos contidos nas IF aquosas bifásicas, estes foram divididos em soluções de salinidade baixa (1,23 a 11,81% em peso de NaCl) e temperatura mínima de aprisionamento entre + 123,8 e + 150,9, e soluções de salinidade elevada, elas mesmas sub-divididas em duas categorias (a) e (b) principalmente com base em sua morfologia. O tipo (a) revelou uma salinidade de cerca de 23% em peso de NaCl e temperatura mínima de aprisionamento entre +130 e 210ºC com maior fregiiência em + 160%, enquanto que o tipo (b) indicou uma salinidade de 20 a 25% em peso de NaCl e uma temperatura mínima de aprisionamento entre + 65 e + 114,5º C, com maior fregiência em + TOC. Os fluidos contidos nas IF monofásicas apresentaram uma salinidade de 1.91% a 18.22% em peso de NaCl. As soluções retidas nas IF bifásicas e monofásicas representariam injeções tardias de fluídos hidrotermais de origem magmática em processo de resfriamento, mostrando modificações composicionais de acordo com a importância da contribuição de águas mais superficiais (meteóricas, conatas, etc.) Durante a fase final da evolução do Cinturão Araguaia, em regime predominantemente distensivo, foram, de início, injetados fluidos aquo — carbônicas formando-se, nesta primeira etapa, um veio de quartzo hialino, pobre em TF. Posteriormente, na ocasião de múltiplas fases de fraturamento e fissuramento do veio, foram injetados soluções aquosas mostrando uma diminuição da temperatura e, de modo menos sistemático e menos acentuado, da salinidade. Essas diversas injeções tardias contribuíram de maneira variável à transformação do quartzo hialino original em quartzo translúcido ou leitoso. Apenas bolsões poupados por estas manifestações hidrotermais tardias permaneceram na forma de cristal de rocha. O cristal de rocha, principalmente na forma de lascas de terceira, é aproveitado como matéria prima para a fabricação do cristal sintético. Cristal em “ponta” e na forma de lascas de primeira é aproveitado no artesanato mineral para fabricação de peças de adorno, bolas, chaveiros e pedras lapidadas. O cristal de rocha é exportado principalmente para Belo Horizonte, Sete Lagoas, Governador Valadares, onde são compradas pedras já lapidadas, bem como para São Paulo e Rio de Janeiro, onde são comercializados cristais no seu estado bruto. |