Petrografia, geoquímica e geocronologia do Granito Ramal do Lontra e sua relação com a tectônica e metamorfismo do Cinturão Araguaia, Xambioá-TO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: ALVES, Cleber Ladeira lattes
Orientador(a): GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11563
Resumo: Na porção leste do Cinturão Araguaia no Estado do Tocantins são identificados alguns corpos graníticos de pequenas dimensões, merecendo destaque os granitos Santa Luzia, Ramal do Lontra e Presidente Kennedy, os quais são o registro de um importante evento de granitogênese relacionado à evolução do Cinturão Araguaia no fim do Neoproterozóico. O Granito Ramal do Lontra, localizado no noroeste do Estado do Tocantins, a aproximadamente 30 km a sudeste da cidade de Xambioá, constitui um stock de forma levemente ovalada com dimensões de aproximadamente 5 km por 4 km, encaixado nos quartzitos e micaxistos do Grupo Estrondo. O Granito Ramal do Lontra, segundo estudos petrográficos é representado por metagranitos com pequenas variações mineralógicas, pobre em minerais máficos (< 6%), hololeucocrático, equigranular médio, apresentando texturas granoblásticas, predominantemente, com textura reliquiar granular hipidiomórfica. No diagrama QAP de Strackeisen, sua classificação situa-se dominantemente no campo do monzogranito, ou na fronteira dos campos monzogranito a granodiorito. A classificação mais específica destaca muscovita-biotita metamonzogranitos e muscovita-biotita meta-monzogranitos a granodioritos. O seu conteúdo mineralógico é formado essencialmente por plagioclásio peristerítico (An11-16), quartzo e microclina, além de biotita e muscovita. Os minerais acessórios reúnem apatita, zircão, titanita, alanita, monazita, óxido de terras raras e minerais opacos. Os dados geoquímicos mostram grande homogeneidade composicional apresentando elevados valores de SiO2, Al2O3, K2O e Na2O, e baixos valores de MgO, Fe2O3Total e TiO2. Os diagramas de classificação geoquímica e dados normativos com a presença de coríndon normativo, indicam natureza leucogranítica e caráter peraluminoso para o Granito Ramal do Lontra. O estudo dos elementos-traço mostrou que há variações composicionais nas rochas do Granito Ramal do Lontra, o que não foi evidenciado nos elementos maiores, onde observou-se uma homogeneidade nos teores de tais elementos. Tal estudo revelou um grupo de rochas com assinatura geoquímica distinta da maioria das rochas do Granito Ramal do Lontra, possuindo altos teores de ETR, além dos elementos-traço Nb, Ta e Y, que é refletido petrograficamente pela maior quantidade de monazita e um óxido de terras raras nessas rochas. O alto teor desses elementos possivelmente está relacionado à contaminação do magma pelas suas encaixantes durante sua ascensão. O estudo geocronológico realizado pelo método de evaporação de Pb em zircão forneceu idade média de 549 ± 5 Ma, a qual é interpretada como a idade mínima de cristalização do zircão e, consequentemente, do Granito Ramal do Lontra. Essa idade é similar à obtida no Granito Santa Luzia entre 550-560 Ma que é correlacionado ao mesmo evento magmático do Cinturão Araguaia. Integrando-se os dados geológicos, petrográficos, geoquímicos e geocronológicos do Granito Ramal do Lontra conclui-se tratar de uma granitogênese peraluminosa de alojamento sintectônico à evolução do Cinturão Araguaia. Essa granitogênese é também cronologicamente relacionada aos granitos da Suíte Lageado de idade 546 ± 6 Ma, situada a sudeste do Cinturão Araguaia cujos corpos estão encaixados em terrenos granulíticos e gnáissicos do paleoproterozóico do Maciço de Goiás, mas com características geológicas, petrográficas e geoquímicas diferentes. Esses variados corpos graníticos podem estar relacionados a um evento térmico de grande amplitude relacionado ao metamorfismo regional no neoproterozóico do Cinturão Araguaia, que afetou também seu embasamento. Duas hipóteses são adotadas como possíveis fontes para o Granito Ramal do Lontra. Uma delas seria por fusão dos ortognaisses do Complexo Colméia, e a outra envolveria fusão dos metassedimentos do Cinturão Araguaia (Grupo Estrondo), porém não os de composição pelítica, mas os de composição quartzo-feldspática.