Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
POINSIGNON, Janaina Reis |
Orientador(a): |
KOTSCHOUBEY, Basile
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11431
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Resumo: |
A região de Xambioá está localizada na parte oriental do Cinturão Araguaia, na porção setentrional do domínio do Grupo Estrondo (noroeste do estado do Tocantins). Os granitos Ramal do Lontra e Serra da Ametista, intrusivos nas rochas do Grupo Estrondo, eram até pouco tempo os únicos corpos félsicos conhecidos na região. Recentemente, por ocasião de levantamentos geológicos mais detalhados, foram identificados outros corpos graníticos intrusivos, geralmente de pequeno porte, bem como, em vários setores, sinais de albitização, greisenização e caulinização tanto destes corpos como das rochas encaixantes. Enxames de veios de quartzo hospedeiros de cristal de rocha e eventualmente ametista estão comumente associados às intrusões graníticas e/ou às rochas encaixantes alteradas. O magmatismo félsico se expressou pelo alojamento, por um lado, de corpos álcali-graníticos (granitos do Ramal do Lontra e Serra da Ametista e ocorrências da Fazenda Novo Horizonte, Fazenda Bela Vista, Fazenda Belém, Morro das Antenas e adjacências) e por outro de albita granito (Granito de Araguaci e setor de Pedra Preta). Os álcali-feldspato granitos, de granulação fina a média, são geralmente deformados. Esses corpos foram considerados como tardi-tectônicos e corresponderiam a zonas apicais ou apófises de intrusões graníticas maiores, não expostas. O albita granito, também de granulação fina a média, compõe-se essencialmente de albita, em cristais euédricos, e quartzo e não apresentam deformação. Foram interpretados como produtos de extrema diferenciação do magma granítico, do qual se originaram os álcali-feldspato granitos. O quadro pós-magmático teve um desenvolvimento complexo, que resultou na formação de enxames de veios de quartzo e em acentuada alteração tanto das rochas graníticas intrusivas como das rochas encaixantes pertencentes às formações do Grupo Estrondo e do embasamento arqueano. De acordo com o estudo de inclusão fluida (IF) em veios de quartzo, dois tipos de fluidos atuaram durante a fase pós-magmática, um aquo-carbônico e outro aquoso. O primeiro, de alta temperatura (de 340 a 500°C) e salinidade (de 38 a 53 % eq NaCl) e de origem metamórfica, com importante contribuição magmática, teria sido responsável pela formação das porções precoces, leitosas, dos veios de quartzo, bem como, provavelmente, pelas alterações metassomáticas de mais alta temperatura, ou seja, a albitização e a greisenização dos corpos graníticos intrusivos e das suas rochas encaixantes. O segundo tipo, de temperatura e salinidade moderadas a baixas (de 120 a 200°C e de 1 a 18% eq NaCl), teria tido uma origem exclusivamente magmática, porém teria sofrido, desde o início, uma influência crescente de soluções de baixa temperatura e salinidade, provavelmente de origem meteórica. No entanto, é possível que a forte diminuição de temperatura e salinidade seja resultado, em parte, do decaimento natural do processo hidrotermal. Esses fluidos tardios teriam sido responsáveis pela formação do cristal de rocha, em regime distensivo de alívio de pressão. Admite-se também que esses fluidos causaram, nas rochas ígneas e metassedimentares encaixantes, as alterações de baixa temperatura, em particular a caulinização. Em termos de alterações metassomáticas, a albitização foi a mais precoce. Sob alta temperatura e condições alcalinas, ela afetou tanto os álcali-feldspato granitos como o albita granito, além das formações encaixantes proximais. Albititos, contendo localmente aegirina e riebeckita, resultaram desse processo. No entanto, indícios acentuados de albitização foram igualmente detectados nas rochas do Grupo Estrondo e do Complexo Colméia, independentemente de qualquer influência magmática, sugerindo a possibilidade de este processo não ter sido apenas local, e sim também regional, e relacionado ao metamorfismo regional ou ao dinamometamorfismo que atuaram durante a estruturação do Cinturão Araguaia. A greisenização, mais localizada, sucedeu à albitização, ainda à alta temperatura, porém já em condições francamente ácidas. Limitou-se às rochas imediatamente encaixantes dos corpos graníticos intrusivos e provavelmente às porções mais marginais destes. Finalmente, a temperaturas mais baixas e condições ácidas ocorreu a caulinização cujos efeitos foram observados exclusivamente em xistos encaixantes dos corpos intrusivos, embora esta alteração tenha possivelmente afetado também estes últimos. A destruição de todos os minerais primários, exceto o quartzo, em parte dissolvido, resultou em formação de caulim bastante puro, constituído por caulinita de elevada cristalinidade. Os dados geoquímicos mostram certa coerência entre os diversos processos, assim como a concentração de elementos traço (Th, U, Hf, Nb, Zr, V, W) bastante clássicos de ambiente graníticos. Os resultados obtidos, no presente estudo, mostraram que as manifestações do quadro magmático/hidrotermal foram muito mais intensas do que se pensava anteriormente, sendo assim recomendada a continuação das investigações, em zonas mais meridionais do domínio do Grupo Estrondo. |