Petrografia, geoquímica e geocronologia dos metagabros da região de Xambioá-Araguanã-TO.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: BARROS, Gleidson Santos lattes
Orientador(a): GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11724
Resumo: Diversos corpos máficos e ultramáficos associados com outras rochas estão encaixados na seqüência supracrustal no setor norte do Cinturão Araguaia, os quais têm sido reportados genericamente como anfibolitos na literatura. O estudo realizado na região de Xambioá-Araguanã, NW do Estado do Tocantins revelou que apenas uma parte deles são anfibolitos tratando-se a grande maioria de uma suite gabróica representando antigos stocks, sills e diques encaixados concordantemente em rochas metassedimentares do Grupo Estrondo e em rochas gnáissicas do embasamento Arqueano (Complexo Colméia), e que se acham deformados e metamorfizados. Eles são representados petrograficamente por metagabros com feições ígneas reliquiares, escapolita metagabros e anfibolitos. As paragêneses metamórficas principais nos metagabros são escapolita e hornblenda, sendo que alguns ainda preservam plagioclásio e clinopiroxênio originais e textura intergranular. As paragêneses mais comuns são: Hb + Scp ± Grt + Bt + Ti (metagabros) e Hb + Pl ± Scp + Grt + Ti ± Qtz ± Ky (anfibolito) e revelam estabilidade metamórfica na fácies Anfibolito(T = 550 a 580 °C, P = 6 a 7 kbar. Os estudos litoquímicos demonstram que as rochas metamáficas estudadas apresentam grande homogeneidade composicional entre os diferentes plútons, e que o comportamento dessas rochas em vários diagramas geoquímicos revela se tratar de protólitos magmáticos de natureza basáltica toleítica transicional, em que os estudos petrográficos indicaram tratar-se de gabros e diabásios, hoje transformados pelo metamorfismo. As assinaturas geoquímicas apresentam padrões comparáveis aos basaltos do tipo P-MORB ou OIB, indicando envolvimento de fontes mantélicas férteis na geração dessas rochas. Os estudos geocronológicos realizados pelo método U-Pb em zircão por ablasão a laser (ICP-MS-LA) em metagabros destacaram valores de idade de 878 ± 22 Ma; 804 ± 35 Ma e 752 ± 23 Ma interpretadas como idades mínimas de cristalização dos protólitos ígneos. Apesar dos valores não se superporem nos limites dos erros analíticos, esses valores podem ser interpretados como idades mínimas de cristalização desses cristais de zircão e de alojamento dos protólitos desses metagabros, no Neoproterozóico. Eles representam corpos de natureza plutônica e subvulcânica (gabros, diabásios) que foram intrudidos na base da sucessão sedimentar da bacia Araguaia em sua interface com o embasamento Arqueano, anteriormente ao metamorfismo regional e revelam um importante evento de magmatismo basáltico toleítico no Neoproterozóico, provavelmente relacionado a um evento de tectônica extensional no período toniano-criogeniano, durante o estabelecimento da Bacia Araguaia.