O trabalho informal e o desenvolvimento de redes socioprodutivas em uma feira de roupas em Fortaleza-CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Hyppólito, Karen Bomfim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/102773
Resumo: Este estudo objetiva analisar o funcionamento de uma atividade informal e as relações de sociabilidade e de produção, aqui intituladas de redes socioprodutivas, existentes em uma feira de roupas de Fortaleza/CE. Em específico, investigar a existência de uma rede de sociabilidade e de produção e como se constrói; conhecer o funcionamento de uma rede socioprodutiva; identificar personagens/agentes dessa rede; contextualizar a informalidade no ambiente de feira de roupas; e caracterizar dimensão/tipos das relações existentes na atividade informal em uma feira de roupas de Fortaleza/CE. Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo exploratória, cujos dados foram coletados por meio de cartões geradores, destinados a identificar as pessoas que mais influenciam o negócio atual, e de entrevista semiestruturada. Entrevistaram-se dez pessoas, partindo-se de um participante e percorrendo-se a rede em sua extensão. Considerando-se o método de análise proposto neste trabalho, cada participante é identificado como um nó. Esse primeiro participante ou nó se encontrava em um dos boxes, situado em um dos galpões da feira da José Avelino. A partir daí, as demais entrevistas foram agendadas e efetuadas, mediante autorização prévia, na casa desse primeiro contato, local onde funciona a confecção, bem como em outros locais indicados pelos demais participantes da rede. As relações estabelecidas entre os nós são de confiança, sem as quais não existiria a rede. A entrada de novos atores, assim como os vínculos, surge das relações de trabalho, familiares e de amizade que se estabelecem a partir de indicações, baseadas em relações de confiança, que podem ser denominadas de capital social. A rede estudada apresenta como característica, além da centralidade fixada nas três pessoas da família (pai, mãe e filha), uma grande mutabilidade, evidenciada conforme as demandas, e os atores ou nós, automaticamente, vão se adaptando às mudanças, à medida que ocorrem. Redes horizontais relacionam-se ao responsável pela sua criação e ao mercado consumidor do produto. Se a demanda cresce, a rede precisa se adaptar, o que caracteriza a relação socioprodutiva. Vários estabelecimentos de diversos segmentos de negócios surgiram e se mantêm em função dessa atividade. Muitas famílias dependem direta e indiretamente dessa feira para a sua sobrevivência. Ao fim desta pesquisa pode-se considerar que as redes socioprodutivas são a origem das microempresas, que iniciam com o capital de um pequeno empreendedor e, a partir dos laços estabelecidos, geralmente familiares, crescem e quase sempre se formalizam. O estudo aponta a necessidade de os responsáveis pelas politicas públicas planejarem, com cuidado e apreço, uma forma de organizar melhor o espaço em que esses cidadãos, que sobrevivem nesse segmento, garantindo o sustento de suas famílias, laboram, para que o façam de forma digna, em instalações mais confortáveis, com equipamentos de higiene apropriados, que proporcionem também segurança, tanto física quanto emocional, sem riscos de acidentes e de doenças ocupacionais, com a certeza de que suas mercadorias, que lhes custaram caro e são objeto primordial para a sua sobrevivência, não sejam apreendidas. Palavras-chave: Informalidade. Capital social. Redes socioprodutivas. Feira.