Efeitos da exposição ao ruído na saúde dos trabalhadores de uma feira do municíoio de Fortaleza- CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Batista, Ana Cristina Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/100035
Resumo: A poluição sonora é a mais difundida forma de poluição no mundo moderno e constitui um dos mais comuns e graves riscos ambientais. No espaço de uma feira pode-se perceber a existência de fatores de estresse ambientais, como o ruído, o calor, a poluição e a multidão que causam efeitos sobre o comportamento social, como agressividade, ansiedade, perturbações do sono, etc. Nesta pesquisa foi realizado um estudo dos efeitos não auditivos do ruído na saúde de trabalhadores de uma feira localizada na cidade de Fortaleza/CE. Os efeitos do ruído na audição sofrem influência direta de alguns fatores, tais como intensidade e frequência do ruído, tempo e local de exposição, além da susceptibilidade individual. O estudo realizado foi quanti-qualitativo, com 160 feirantes da Feira da José Avelino, dos quais 106 eram do sexo feminino e 54 masculino, seguindo 3 etapas: Medição do Ruído; Aplicação de Questionário e do Teste SRQ20; e Entrevistas. Os dados quantitativos foram analisados pelo o programa IBM-SPSS v 19 (Statistical Package for the Social Sciences). Como resultado da pesquisa verificou-se que as medições do ruído nos dias de feira tiveram as médias de valores em todos os ambientes acima de 70 dBA, o que é preocupante, pois o nível de 70 dB é tido como o nível de desgaste do organismo, aumentando o risco de infarto, derrame cerebral, infecções, hipertensão arterial e outras patologias. 142 (88,7%) dos participantes reconhecem o ruído como agente causador ou agravador de problemas de saúde, porém 113 (70,6%) afirmam que o ruído local não interfere nas atividades da feira. Quanto ao teste do SRQ20, 45 feirantes apresentaram resultados sugestivos de Transtorno Mental Comum (TMC), dos quais 33 eram do sexo feminino e 12 masculino. Desse total de feirantes com TMC, 19 (42,2%) afirmam trabalhar na feira há apenas 2 anos. Percebeu-se que quanto maior é o tempo em anos de trabalho na feira menor é o número de pessoas com resultado sugestivo de TMC. A maior média de valores de ruído obtidos durante as medições foi detectada no ambiente do Estacionamento do Viaduto, local onde também houve um maior número de resultados sugestivos para Transtornos Mentais Comuns (TMC). No entanto, não foi observado significância estatística no teste quando se relaciona às médias de ruído com os resultados sugestivos de TMC obtidos por meio do teste SRQ20. Na análise das entrevistas foram criados 6 categorias com os dados colhidos. Muitos entrevistados referem sentir irritação e estresse como sintomas do ruído, porém não acreditam que esse ruído possa causar danos à saúde física. Afirmam que o ruído atrapalha um pouco na venda, porém não conhecem nenhum meio para reduzir esse transtorno, pois segundo eles toda feira se constitui dessa forma. Conclui-se que o ruído é de fato um dos causadores de estresse e incômodo no ambiente da feira. Os trabalhadores mais expostos, de acordo com as medições, são também os que apresentam sintomas de TMC com maior. No entanto esses efeitos são pouco reconhecidos ou minimizados em função da atividade da venda. Palavras-chave: ruído, poluição sonora, feira, efeitos não auditivos do ruído.