Análise de programa para detecção precoce do câncer de mama: uma ação de governança na saúde suplementar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Marcus Augusto Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/127179
Resumo: treamento precoce de câncer de mama em uma operadora da saúde - Caixa de Assis-tência dos Servidores Fazendários Estaduais ¿ CAFAZ em Fortaleza, Ceará, na modali-dade autogestão, regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, com-parando-a com as políticas de controle do câncer de mama no Brasil. Buscou-se com-preender os fatores que interferem na adesão das pacientes a esse tipo de programa e que estejam na faixa etária de maior risco para desenvolver a doença, verificando as estratégias e mecanismos adotados e analisando a efetividade dessa ação de prevenção em saúde. Realizou-se um estudo de caso, com abordagem qualitativa, utilizando a aná-lise lógica, a hermenêutica e a análise de conteúdo complementadas com dados quanti-tativos, com 14 participantes, gestores, profissionais e pacientes, no período de outubro de 2020 a janeiro de 2021. Foram identificadas três temáticas que originaram três artigos: programa de prevenção na saúde suplementar: origem, operacionalização e acesso; fa-tores que interferem na adesão à programa para detecção precoce do câncer de mama na saúde suplementar e análise da efetividade de programa de prevenção ao câncer de mama na saúde suplementar. O estudo demonstrou que no Brasil, ainda persiste baixa cobertura no oferecimento de serviços de rastreamento precoce do câncer de mama, em especial, a disponibilidade, em tempo hábil, de mamografias na rede pública. No setor privado, no caso em estudo, há acesso a estrutura de atendimento, aos profissionais especializados e a exames. A CAFAZ, patrocinada unicamente por seus beneficiários considera os programas de prevenção como ações estratégicas de sustentabilidade da Empresa, dada a elevação constante dos gastos com saúde, pelo envelhecimento do público assistido e do encarecimento provocado pelo avanço de novas tecnologias apli-cadas na assistência à saúde. O programa de prevenção para a detecção precoce do câncer de mama, iniciou-se por meio de campanhas de prevenção em intervalos de tempo específicos, tendo ocorrido três campanhas entre os anos de 2013 (início do pro-grama) e 2020. Os elementos do modelo lógico, composto por profissionais, estrutura e estratégias e entidades parceiras encontram-se presentes no programa da CAFAZ, re-conhecidos pelos próprios entrevistados como adequados. A baixa adesão é reconhe-cida pelos gestores do programa, inclusive é de conhecimento que essa realidade não é exclusiva do plano ou da saúde suplementar. Enquanto no SUS, a adesão é prejudicada pela dificuldade de acesso à consulta médica com especialista e aos exames, na saúde suplementar, em particular na CAFAZ, o acesso não é um obstáculo para a adesão ao programa de prevenção. Dos fatores da baixa adesão identificados, o que apresentou maior frequência foi a confiança no médico especialista próprio. As falas deixaram claro, que as pacientes não substituiriam seu médico por um profissional do plano de saúde, considerando a confiança. Quanto ao monitoramento e avaliação das ações do Pro-grama de Promoção da Saúde e Prevenção de Ricos e doenças - PROMOPREV, em-bora a ANS disponha do Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar - IDSS, um índice composto por um conjunto de indicadores agrupados em quatro dimensões, sendo uma delas, o IDQS - Dimensão Qualidade em Atenção à Saúde e Qualidade da Assis-tência Médica Prestada, não foram identificados mecanismos para aferição de efetivi-dade de um programa de prevenção por esse índice. Gestores e profissionais entrevis-tados descreveram esses indicadores, como inadequados para essa finalidade. Corro-borando com essa constatação, uma operadora de saúde suplementar, mesmo rece-bendo nota máxima no IDQS (Indicador relacionado aos programas de prevenção), como é o caso da CAFAZ, não garante a adesão do público-alvo de suas campanhas ou sua efetividade, em especial a do câncer de mama. Ocorre que a efetividade de um programa de prevenção necessita de elementos além de um plano de trabalho bem elaborado e eficientemente implementado. Indicadores capazes de identificar as subjetividades ine-rentes a adesão a esses serviços são necessários para alcançar a efetividade de um programa de prevenção e mais ainda para avaliar e compreender resultados. Dois indi-cadores, o tempo de sobrevida e a qualidade de vida após a intervenção/tratamento ana-lisados com as temáticas e depoimentos das pacientes, profissionais e gestores permi-tem verificar indícios do nível de efetividade alcançada pelo programa. Há ainda um in-dicador relevante aceito pela Organização Mundial de Saúde, a cobertura mamográfica de 70% do público-alvo para garantir a efetividade da detecção precoce. Esse número é de conhecimento dos profissionais e gestores da CAFAZ, pois nas falas há a afirmação da redução de mortalidade de 30, até 33% nas populações onde se cobriam com exame mamográfico, entre 60 a 70% das mulheres na faixa etária de maior risco. Dessa forma CONCLUI-SE QUE pelos dois primeiros indicadores, a efetividade do programa ocorre no âmbito individual da paciente quando o rastreio e tratamento são bem-sucedidos, com a sobrevida e o valor atribuído a vida após a intervenção/tratamento. Ressalta-se a ne-cessidade de aperfeiçoar o programa para alcançar a efetividade no âmbito de todo o público-alvo, com a definição de indicadores de acompanhamento e melhoria do pro-cesso de comunicação. Palavras-chave: câncer da mama; prevenção de doenças; detecção precoce de câncer; Agência Nacional de Saúde Suplementar; saúde da mulher; índice de desenvolvimento da saúde supleme