Atuação do agente comunitário de saúde na detecção precoce do câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Barbosa, Isabella Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/103691
Resumo: O câncer de mama compreende-se como um tumor maligno em decorrência da multiplicação desordenada das células da mama. As ações de atenção primária para o controle dessa neoplasia abrangem a Promoção da Saúde e detecção precoce que devem ser desenvolvidas pelos profissionais de saúde. Este trabalho objetivou analisar a atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na atenção primária para Detecção Precoce do Câncer de Mama (DPCM) em Fortaleza-CE. Utilizou-se o estudo quantitativo, de natureza analítica e transversal, que se une aos dados qualitativos, em razão da possibilidade de complementação que as abordagens proporcionam. Para a coleta de dados quantitativos, aplicou-se um questionário estruturado a 350 agentes comunitários de saúde nas 28 unidades básicas de saúde das seis coordenações regionais de fortaleza. Na segunda etapa, foram realizados seis grupos focais, incluindo um total de 64 agentes de saúde, de seis unidades de saúde. Os dados foram coletados de junho a dezembro de 2014. A análise quantitativa realizou-se por meio do programa SPSS, versão 20.0, empregando-se Estatística Descritiva e testes de associação. A análise qualitativa foi feita à luz da Análise de Conteúdo, identificando-se as temáticas de análise e subtemáticas, cuja interpretação se fundou com a revisão de literatura, nas políticas de saúde e conceito de resolubilidade. Os preceitos éticos foram respeitados, segundo resolução 466/2012 com parecer de número 618.818. A caracterização sociodemográfica mostrou que a maioria dos ACS pertencem à "Regional" V (24%), com idade de 36 a 45 anos (37,7%); casado/união estável (57,1%); com ensino médio completo (59,7%); renda familiar de dois a quatro salários-mínimos (54,6%); com um a nove anos de tempo de serviço na atenção básica (75,7%). 72,3% dos ACS realizam o Autoexame da Mama (AEM); na frequência às vezes (59,5%); nunca fizeram mamografia (54,3%); não tiveram caso de câncer na família (76,0%); dos que tiveram (24%), 70,2% são parentes de 2° grau; a conduta do ACS diante do caso foi não ter nenhuma atitude (48,8%). As ACS das "regionais" de saúde de Fortaleza conhecem os fatores de risco (86,6%); sabem da importância da detecção precoce do câncer de mama para enfrentamento da doença (97,1%); conhecem o ultrassom de mamas (76,6%); o AEM (70,6%); o exame clínico das mamas (46%); a mamografia (92,9%); sabem identificar o melhor período para realização do AEM (57,1%); sabem a idade preconizada para realização da mamografia em mulheres sem fatores de risco (21,1%); e sabem para onde devem encaminhar mulheres suspeitas de câncer de mama (94,6%). Não fizeram curso sobre o câncer de mama (86,9%); 70% reportam que a Secretaria de Saúde não estimula a realização deste; falta capacitação (74,6%); falta conhecimento (65,7%); falta material educativo (53,7%) e falta treinamento prático (61,7%). Os ACS orientam (88,5%) e ensinam (65,4%) o AEM; tiveram contato com caso suspeito de câncer de mama (23,3%) e sabem o que fazer quando suspeitar de câncer de mama (24,3%). Na "Regional" IV encontra-se os enfermeiros que com maior frequência realizam reuniões sistemáticas para discussão de casos (90,6%), bem como, o ACS que tem mais apoio na gestão do serviço para direcionar os casos suspeitos de câncer de mama (93,7%). Na "Regional" V encontra-se mais material educativo (16,7%), na qual pode desenvolver com mais eficiência suas ações de Promoção da Saúde. A Análise de Conteúdo dos grupos focais favoreceu a definição de quatro temáticas, que se configuram ("conhecimento incipiente", "dificuldades dos agentes na detecção precoce do câncer de mama", "ações" e "necessidades sentidas para prática"). Estes dados correlacionam-se entre si e mostram a visão do ACS sobre sua atuação na DPCM. Na óptica dos ACS, faltam conhecimento, capacitação, ações efetivas e apoio do gestor no serviço de saúde com enfoque na detecção precoce do câncer de mama. Assim, faz-se necessário ampliar a abrangência dessas ações, permitindo que a DPCM seja sistematizada, adentrando os serviços de atenção primária. O estudo mostra que ACS necessita de estratégias de cunho educativo que possibilitem a DPCM, minimizando os índices de diagnóstico tardio.