Fatores de risco para sífilis em gestantes assistidas nas maternidades públicas de Campo Grande, MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Fernanda Queiroz de
Orientador(a): Fitts, Sônia Maria Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2380
Resumo: A sífilis é uma doença infectocontagiosa que pode resultar em graves consequências para a gestante e seu concepto. A despeito dos protocolos de atendimento bem definidos, a sífilis gestacional ainda é uma realidade em nossa sociedade. Foi realizado um estudo de caso-controle no período de abril a novembro de 2013 para investigar os fatores de risco para sífilis em puérperas assistidas nas maternidades públicas de Campo Grande, MS. Os casos foram representados por puérperas com diagnóstico positivo para sífilis e os controles pelas puérperas com diagnóstico negativo, pareadas em idade na proporção de três controles para cada caso identificado. Setenta casos e duzentos e dez controles foram entrevistados e tiveram amostra de sangue coletada para a detecção de anticorpos específicos contra o Treponema pallidum. A análise estatística das variáveis sócio-demográficas e econômicas revelou associação significativa (p<0,05) da presença de sífilis com o baixo nível de escolaridade, baixa renda per capita, ausência de casa própria e residência de até dois cômodos. Em relação às variáveis obstétricas houve associação estatística (p<0,05) para número de partos maior ou igual a três, parto de natimorto, óbito infantil, relato de dois ou mais prematuros e de mais de um recém-nascido com peso inferior a 2.500 gramas. Quanto às variáveis ginecológicas a presença da sífilis foi significativamente associada com precocidade sexual, não uso de anticoncepcional, história clínica de lesão genital, parceiro sexual eventual e multiplicidade de parceiros (p<0,05). Em relação às variáveis comportamentais a presença da sífilis foi associada ao consumo ocasional de álcool, ao consumo de drogas ilícitas não injetáveis pela puérpera e por algum parceiro sexual, ao tabagismo e a relação sexual com parceiro que esteve ou está privado de liberdade (p<0,05). Centrados na meta de eliminação da sífilis congênita como consequência grave da sífilis gestacional, este estudo evidencia a necessidade de estabelecimento de uma rede de saúde organizada e integrada com a área econômica e de educação. Além disso, demonstra a importância da capacitação técnica dos profissionais de saúde a fim de contribuir com a busca ativa, diagnóstico e tratamento das mulheres com sífilis nas mais diversas condições de vulnerabilidade. Essas ações poderiam impedir a continuidade da cadeia de transmissão durante o período gestacional.