Análise do tratamento da sífilis gestacional durante o pré-natal no município de Ribeirão Preto - SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Torres, Paula Marília Afonso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18082022-110945/
Resumo: Introdução: Apesar de ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) milenar com avanços no diagnóstico e com tratamento eficaz, a eliminação da sífilis constitui um desafio mundial. A sífilis é considerada um grave e prioritário problema de saúde pública, pois, nas gestantes, a doença traz consequências severas como: abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido. A sífilis congênita e todos os desfechos adversos da doença durante a gestação podem ser evitados com triagem oportuna no pré-natal, tratamento adequado para o estágio da sífilis e o monitoramento do controle de cura. Objetivo: Analisar o tratamento e o seguimento pós tratamento para sífilis em gestantes diagnosticadas pela atenção básica, e os fatores associados ao tratamento adequado. Método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, realizado por meio de dados secundários, nos quais as gestantes foram acompanhadas desde o diagnóstico até a saída do serviço de pré-natal da atenção básica, que ocorre na 36ª semana de gestação no município de Ribeirão Preto - SP. Os dados foram coletados por meio de dois sistemas de informação, a saber: o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Sistema HYGIA. Para análise estatística dos dados foi utilizado o software STATA SE version 14. Todos os aspectos éticos foram contemplados. Resultados: Das 316 notificações incluídas no estudo, o tratamento adequado das gestantes ocorreu em 238 (75,3%) mulheres, sendo as variáveis idade (p=0,0406) e idade gestacional (p=0,007) associadas a esse tratamento. Houve 151 (58,8%) gestantes com a raça/cor não branca, 67 (35,5%) com ensino fundamental incompleto, a mediana de idade foi de 23 e 25 anos (respectivamente, tratamento adequado e não adequado), 98 (90%) sem trabalho formal, 230 (73%) com diagnóstico no primeiro trimestre da gestação e 273 (89%) com sífilis latente. Quanto ao seguimento pós tratamento, apenas 17 (5,3%) utilizaram os testes não treponêmicos da forma recomendada. Em 111 (35%) casos não houve tratamento da parceria sexual, sendo o motivo principal o fato do parceiro não ter tido mais contato com a gestante. Conclusão: Na análise do tratamento da sífilis gestacional durante o pré-natal verificou-se que a maioria das mulheres grávidas foram classificadas com o tratamento adequado, sendo esse associado a idade e idade gestacional. Apesar da maioria das gestantes terem feito pelo menos um teste não treponêmico no pós tratamento, somente uma pequena parcela das gestantes, realizaram o seguimento conforme recomendações. Identificou-se que o perfil sociodemográfico dessas gestantes corroboraram com os dados encontrados na literatura.