Sífilis na gestação e desfechos adversos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Henz, Camila
Orientador(a): Magalhães, Jose Antonio de Azevedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188962
Resumo: Introdução: A sífilis na gestação é um agravo na saúde pública mundial que afeta em torno de 1 milhão de gestantes anualmente. Estima-se que 350.000 resultados adversos de gestações estariam associados à sífilis materna no mundo, entre eles abortos espontâneos, mortes fetais, crescimento fetal restrito, prematuridade, mortes perinatais e infecção congênita. Sendo assim, esta doença leva a morbimortalidade na gestação e ao aumento considerável dos custos públicos aplicados na gestão da saúde. Identificar os fatores de risco modificáveis é fundamental para reduzir a repercussão da doença e aprimorar as atuais políticas de saúde materno infantil. Objetivos: Propomos neste estudo avaliar os desfechos neonatais desfavoráveis e os fatores maternos e antenatais associados aos desfechos, assim como o perfil das pacientes com sífilis na gestação e a assistência pré-natal prestada. Método: Estudo coorte retrospectivo realizado no período de novembro de 2017 a julho de 2018, no Centro Obstétrico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foram identificadas as pacientes com sífilis na gestação através do registro de testes rápidos na admissão do parto. Análises dos desfechos neonatais e do perfil das pacientes sifilíticas foram realizados; e após os fatores de risco associados aos desfechos desfavoráveis foram obtidos comparando puérperas com desfecho neonatal desfavorável e sem desfecho neonatal desfavorável. Resultados: Foram selecionadas 164 puérperas com sífilis na gestação, com o nascimento de 170 neonatos. Ocorrerem desfechos neonatais desfavoráveis em 50% das gestações, sendo 1,2% óbitos fetais, 0,6% óbitos neonatais, 19,4% fetos prematuros, 14,7% recém-nascidos com baixo peso e 39,4% casos de sífilis congênita. Houve mais usuárias de drogas, menor número de consultas de pré-natal, menor número de sorologias para sífilis e término tardio do tratamento entre pacientes com desfechos neonatais desfavoráveis. O pré-natal inadequado (OR. 1.95; IC95% 1.03-3.68) e o término do tratamento com menos de 30 dias antes do parto (OR. 3.41; IC95% 1,15-10,11) aumentaram o risco de um ou mais desfechos adversos na gestação. Exames sorológicos de seguimento reduziram o risco de desfechos adversos (OR. 0.05; 95%CI 0.00-0.63). Conclusão: Sífilis na gestação continua sendo uma importante causa de desfechos neonatais desfavoráveis. Uma assistência pré-natal de qualidade, com consultas periódicas, triagem de sífilis ainda no primeiro trimestre, de tal forma que o tratamento completo possa ser fornecido antes do término da gestação e exames sorológicos para controle da cura mostraram neste estudo diminuir o risco de desfechos adversos.