Avaliação da influência da obesidade na microbiota pulmonar em modelo murino de asma alérgica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ayupe, Marina Caçador lattes
Orientador(a): Ferreira, Ana Paula lattes
Banca de defesa: Canto, Fábio Barrozo lattes, Franco, Miriam Maria Silva Costa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8263
Resumo: A asma é a doença inflamatória crônica mais frequente das vias aéreas e sua prevalência aumentou em todo o mundo. A obesidade é um fator de risco para asma e estudos preliminares demonstraram que indivíduos obesos asmáticos apresentam níveis elevados de IL-17A e neutrófilos nos pulmões, demonstrando que eles apresentam um fenótipo distinto da alergia clássica. Evidências indicam que a microbiota intestinal desempenha um papel importante na determinação das diferentes características da asma. No entanto, não há estudos mostrando a influência da obesidade sobre a microbiota pulmonar. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a influência da obesidade na microbiota pulmonar em modelo de asma alérgica. Camundongos BALB/c fêmeas alimentados com uma dieta hiperlipídica durante 14 semanas, sensibilizados e desafiados com Ovalbumina (OVA), foram eutanasiados 24h e 48h após o último desafio com OVA. A microbiota pulmonar foi analisada através das técnicas de Hibridização Fluorescente in situ (FISH) e pela Reação em Cadeia da Polimerase quantitativa (qPCR). O efeito da microbiota pulmonar em células dendríticas foi avaliado através de co-cultura com células dendríticas derivadas da medula óssea (BDMC). Tanto a obesidade como a asma, aumentaram a proporção de Firmicutes/Bacteroidetes no intestino. Obesos e obesos-alérgicos apresentaram maiores níveis de IL-17A nos pulmões. A obesidade aumentou a contagem de Proteobacteria e reduziu a de Firmicutes nos pulmões, associada à maior expressão de TLR-4 e à redução da expressão de TLR-2 em CDs pulmonares. Após a indução da alergia, esses marcadores aumentaram ao longo do tempo, em animais obesos alérgicos, os quais apresentaram menor número de Proteobacteria e maior Firmicutes, em comparação ao grupo alérgico. A co-cultura de BMDCs de obesos com a microbiota pulmonar reduziu a expressão de TLR-2/4 e CD80. Esses dados sugerem que a obesidade é capaz de modificar a microbiota pulmonar, antes e após a indução da alergia. Essas alterações promoveram a quebra da homeostasia pulmonar, causando o atraso da resposta imune e o desenvolvimento de uma resposta Th17. Este trabalho fornece um novo mecanismo no qual a obesidade piora a asma. Assim, a melhor compreensão dessas interações contribuirão para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento adequadas para este fenótipo distinto de asma.