A relação da obesidade e de hormônios sexuais femininos em modelo de inflamação pulmonar alérgica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Umaña, Evelyn Roxana Perez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-22012020-142532/
Resumo: A obesidade é fator de risco para a asma e existe correlação entre ambas tanto do ponto de vista fisiopatológico como epidemiológico. A interação dos hormônios sexuais femininos (HSF) com a asma é complexa e o efetivo papel da oscilação desses hormônios sobre o risco/melhora da asma constitui debate na literatura. Estudos revelam que parcela de pacientes com asma de difícil controle é de mulheres obesas. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é investigar o efeito redução dos hormônios sexuais femininos sobre a inflamação pulmonar alérgica previamente estabelecida em camundongos fêmeas obesos. Para tanto os grupos de fêmeas de camundongos BALB/c (21 dias) obtidos do Biotério do Departamento de Farmacologia do ICB/USP foram mantidos por 10 semanas sob dieta hiperlipídica (DH) ou convencional (DC). Para caracterizar a obesidade quantificamos os níveis séricos de colesterol e triglicérides, bem como o peso dos animais e o teor de tecido adiposo. Os animais foram sensibilizados com ovoalbumina [OVA +Al(OH)3] por via subcutânea. O desafio com OVA foi realizado 14 dias após à sensibilização pela via nasal a cada 7 dias (total de 3 desafios). Os estudos foram realizados 24 h após o último desafio (Grupo: 1 ciclo de desafio, D). Como controle animais receberam PBS pelas vias subcutânea e nasal. Para investigar o efeito da redução dos níveis de HSF animais alérgicos (grupo D) tiveram a remoção (OVx) ou não dos ovários (Sham-OVx). Decorridos 10 dias, esses animais (OVx ou Sham-OVx) foram redesafiados por 3 dias consecutivos (Grupo: 2 ciclos de redesafio, RD). A eficácia da OVx foi determinada pelo peso do útero, padrão morfológico das células do lavado vaginal e pelos níveis circulantes de estradiol e progesterona. A inflamação pulmonar alérgica foi avaliada pela contagem de células no lavado broncoalveolar (LBA), pela mecânica respiratória e análise histológica dos pulmões nos grupos D e RD. O tratamento com estradiol ou progesterona foi realizado no grupo de animais ovariectomizados OVx 4h antes de cada redesafio (Grupo: 2 ciclos de redesafio, RD). Para o grupo RD e os grupos tratados com estradiol ou progesterona foram realizadas as quantificações de citocinas em amostras de soro. Os dados gerados indicaram que após 10 semanas de exposição à DH os animais apresentaram maior ganho de massa corporal e de tecido adiposo gonadal bem como elevação dos níveis de glicemia, triglicérides e colesterol, IL-6, leptina e MCP-1/CCL2 em relação aos animais mantidos sob DC. Animais obesos alérgicos do grupo D apresentaram aumento significativo do número de eosinófilos e neutrófilos no LBA. Este grupo também mostrou aumento significativo da atividade da enzima peroxidase eosinofílica (EPO), de muco, de colágeno e da espessura da musculatura lisa. Animais alérgicos obesos apresentaram aumento significante da resistência das vias aéreas (Rn) e do parênquima pulmonar (G) em relação ao grupo de animais obeso não alérgico. Animais obesos alérgicos OVx (grupo RD) exacerbaram o número de eosinófilos (LBA), reduziram o número de células mononucleares e não alteraram o de neutrófilos. Este grupo também apresentou aumento significativo da atividade da EPO, da espessura da musculatura lisa, do epitélio, de muco, de colágeno, de Rn, de G, do TNF-<font face = \"symbol\">a e de IL-6 dos animais do grupo RD OVx em relação aos RD Sham-OVx. O tratamento dos animais com estradiol ou progesterona foi efetivo, os dados obtidos revelaram redução significante de eosinófilos no LBA, da atividade da EPO, de Rn, de G, da IL-4, da IL-10 e do TGF-<font face = \"symbol\">b1 dos grupos de animais tratados com estradiol ou progesterona em relação ao grupo OVx. Tomando em conjunto nossos dados indicaram que a obesidade e os hormônios sexuais femininos (estradiol e progesterona) interagem positivamente na inflamação pulmonar alérgica. Os hormônios sexuais femininos e a obesidade possuem uma função moduladora na exacerbação da inflamação pulmonar alérgica. Nestas circunstâncias, consideramos que os dados obtidos poderão coadjuvar na compreensão da piora da asma em mulheres obesas asmáticas na pós-menopausa.